Setor Florestal passa a ser responsabilidade do Ministério da Agricultura

Em reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas realizada na manhã desta terça-feira, 10, em Brasília, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, confirmou que o setor florestal deve ser transferido para sua pasta nas próximas semanas.


A estruturação de uma área para tratar sobre florestas comerciais dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi um dos principais temas tratados entre o governo e o setor privado durante reunião da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, nesta terça-feira (10), em Brasília (DF)
O também ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri aproveitou para entregar ao colega o relatório da Política Nacional de Florestas Plantadas que será implementado pelo MAPA.

De acordo com o presidente da Câmara, Luiz Calvo Ramires Júnior, essa passa a ser a agenda estratégica do grupo. “Nosso foco será a implementação dessa política”, ressaltou satisfeito com o encaminhamento da reunião.

Segundo ele, a notícia de que a presidente Dilma Roussef deve assinar o decreto oficializando a transferência ainda nos próximos dias animou o setor.
Para o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal, Wilson Andrade, há a expectativa que temas como linhas de financiamento e controle de variedades florestais evoluam mais rápido.
“Esperamos por muito tempo essa conquista mas precisamos focar no que há por fazer ainda”, comentou Andrade.
“É o fato mais importante para o setor florestal dos últimos 20 anos. Agora estamos sendo reconduzidos para onde, temos certeza, que a política de desenvolvimento florestal vai avançar”, comemorou Marcílio Caron Neto, diretor executivo da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).
Com a definição do Mapa como o órgão responsável pela gestão das políticas para o setor, autoridades e técnicos da pasta estão finalizando a estrutura de uma área específica para tratar do tema, como a secretaria responsável e as ações de fomento. Entre as medidas de estímulo previstas, destacam-se investimentos em pesquisa, assistência técnica e extensão rural, além de crédito exclusivo destinado ao plantio de florestas.
Atualmente, os financiamentos para o plantio de florestas comerciais são realizados pelo Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) do Plano Agrícola e Pecuário. As taxas de juros para a safra 2014/15 variam entre 4,5% e 5%, com limite de empréstimo de até R$ 3 milhões por beneficiário e prazo de pagamento de 15 anos (sendo seis de carência).
A reunião contou com a presença dos presidentes das Frentes Parlamentares da Silvicultura, deputado federal Bernardo Santana e Agricultura, deputado federal Luis Carlos Heinze além de representantes entidades como Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), Reflore/MS, AMS, Abaf, Ageflor e CNA.

Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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