Guaraná – A Energia da Amazônia

Guaraná – A Energia da Amazônia
Guaraná — Foto: Divulgação

Quando pensamos em produtos da Amazônia, a gama de produtos com toda certeza é gigantesca, tendo de cosméticos naturais, passando por analgésicos e chegando até mesmo em bebidas energéticas. E um desses ditos energéticos naturais bem conhecido, é o Açaí, que curiosamente para o povo do norte do Brasil, passa longe de ser energético. Pergunte para qualquer nortista, sobre o que ele tem vontade de fazer quando acaba de tomar uma tigela de açaí com farinha da baguda e um peixinho frito.

No entanto, temos sim um potente energético que da energia até pra tartaruga vencer a lebre das histórias infantis. Esse é o tema que vamos falar hoje, o Guaraná da Amazônia, a verdadeira fonte de energia natural.

O guaraná é uma fruta típica da Amazônia, encontrada desde a Amazônia Brasileira até a Venezuelana, é muito comum no Amazonas e no Pará é também conhecido como naranazeiro, uaraná, guaranaúva e guaranaína. No entanto, seu nome científico é Paullinia cupana, espécie pertencente à família das Sapindáceas. O que faz dele, um parente próximo das Pitombas e dos Rambotans que em breve você vai conhecer, basta seguir o florestal Brasil no Instagram e acompanhar nossos stories.

Registros afirmam que ele foi descoberto em 1821, caso possamos considerar dessa forma, por Humboldt em contato com tribos indígenas que viviam na Amazônia e foi quem de fato descobriram o fruto e parte de suas propriedades, Humboldt o encontrou quando procurava a passagem do rio Orinoco como rio Negro, e então, identificou o guaraná como sendo cupana, daí a denominação, mais tarde, de Paullinia cupana, no município hoje chamado de  Maués, sendo seu cultivo, já iniciado na era pré colombiana, por essas tribos indígenas, que as consumiam como uma espécie de pasta ou também na forma de bebida, a primeira forma para ser utilizada como medicamento e a segunda como fonte energética.

MORFOLOGIA

O guaraná é uma fruta típica da Amazônia, encontrada desde a Amazônia Brasileira até a Venezuelana, é muito comum no Amazonas e no Pará é também conhecido como naranazeiro, uaraná, guaranaúva e guaranaína. No entanto, seu nome científico é Paullinia cupana, espécie pertencente à família das Sapindáceas.
Funcionário da fazenda Santa Helena, em Maués. Uma planta produz 1,5 kg de guaraná por ano e pode atingir até 10 m de altura. (Gabriela Portilho/Superinteressante)
Leia mais em: https://super.abril.com.br/videos/reportagens/a-cidade-que-mais-produz-guarana-no-mundo

Primeiro vamos começar pelas características dendrológicas do Guaraná – A Energia da Amazônia

O Guaraná possui o hábito de uma liana. Pra quem não sabe, as lianas, também chamadas de cipós, são espécies trepadeiras lenhosas que se desenvolvem e vivem em troncos e galhos de árvores, e é uma espécie nativa da América do Sul que pode acompanhar as estruturas arbóreas, alcançando até 10m de altura.
As folhas possuem filotaxia alterna e são compostas pinadas imparipinadas de 5 folíolos, ou seja, temos 2 pares de pinas, terminando com 1 folíolo na ponta, podendo também serem encontradas como trifolioladas. Seus folíolos podem possuim as margens variando entre lisas e dentadas, são glabras, elíptico-ovais e pode alcançar até 40 centímetros de comprimento e largura, possuindo geralmente entre 15 e 20 cm.
Possuem flores masculinas e femininas brancas, pequenas, medindo 7 a 9 mm de largura, comumente encontradas em panículas. Com 5 pétalas de tamanhos diferentes, 5 pétalas com escamas internas e 8 estames, sendo muito atrativas para as abelhas.
Os seus frutos são cápsulas obovoides de 1,5 a 3 cm de comprimento, que, na maturação, possuem coloração vermelha. São indeiscentes, e geralmente abrem em 2 ou 3 partes, deixando aparecer as sementes arredondadas e a sua polpa branca.

Ainda com relação aos relatos de descobrimento da frutinha pelos Brancos, A primeira descrição do guaraná e sua importância para os indígenas da etnia, Sateré-Mawé datando de 1669, ano que coincide com o primeiro contato do grupo com os brancos. O padre João Felipe Betendorf descrevia, em 1669, “Que os Andirazes tem em seus matos, uma frutinha que chamam guaraná, a qual secam e depois pisam, fazendo dela umas bolas, que estimam como os brancos o seu ouro, e desfeitas com uma pedrinha, com que as vão roçando, e em uma cuia de água bebida, dá tão grandes forças, que indo os índios à caça, um dia até o outro não têm fome, além do que faz urinar, tira febres e dores de cabeça e cãibras”.

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O comércio do guaraná sempre foi intenso na região de Maués, não só o realizado pelos Sateré-Mawé, mas também pelos civilizados. A procura deste produto deve-se às propriedades de estimulante, regulador intestinal, antiblenorrágico, tônico cardiovascular e afrodisíaco. No entanto, é como estimulante que o guaraná, depois de beneficiado, é mais procurando, pois contém alto teor de cafeína (de 4 a 5%), superior ao chá (2%) e ao café (1%). Existe uma distinção entre o guaraná de excelente qualidade beneficiado pelos Sateré-Mawé, chamado guaraná das terras, guaraná das terras altas e guaraná do Marau e o guaraná beneficiado pelos civilizados na região de Maués, chamado guaraná de Luzéia, antigo nome desta cidade, de qualidade inferior porque produzido sem os conhecimentos e apuro das práticas tradicionais dos índios.

O guaraná das terras sempre foi o mais procurado e, no entanto, os Sateré-Mawé vendem, no máximo, duas toneladas do produto por ano, e apenas nos anos de excelente safra. Já o guaraná de Luzéia, muito inferior, é produzido em larga escala; só uma empresa de comercialização do produto em Maués afirma vender 40 toneladas anuais

Atualmente, o Amazonas ainda é o aaior produtor no Norte do Brasil, porém, o titulo de maior produtor nacional, é detido pelo estado da Bahia.

PROPRIEDADES 

Mas pra entendermos seu potencial energético, a tanto, já conhecido pelos indígenas, mas que agora já analisados e comprovados pelos cientistas, precisamos conhecer um pouco de seus componentes químicos, que se considerarmos suas sementes temos  a presença de pequena quantidade de óleo formado por constituintes voláteis e fixos, 30% de amido, 15% de proteína, 12% de taninos e até 5,8% de cafeína acompanhada de pequenas quantidades de teofilina e teobromina, lembrando que se tu quiseres saber mais sobre esses componentes, tem o estudo que serviu também de base pra esse roteiro na descrição do vídeo, lá explica de forma bem completa os componentes químicos dessa espécie, onde você pode verificar que ele tem teores por exemplo de Cafeína, muito superiores a outros chás e até mesmo o Café. Inclusive, No passado, o princípio ativo do guaraná foi denominado, por Martius, de guaranina, mas atualmente, sabese que se trata de uma forma impura de cafeína ou de um complexo da mesma com taninos ou fenóis. E para os amantes da química, um desses componentes, que são os responsáveis pela ação estimulante em nosso sistema nervoso central e sistema cardiovascular, além do efeito diurético e relaxante para os brônquios, que são chamadas de Metilxantinas, elas possuem um caráter Anfótero, ou seja, podem se comportar hora como ácidos e hora como Bases, e são solúveis tanto em áua, quanto em soluções ácidas a quente. , e são solúveis tanto em áua, quanto em soluções ácidas a quente.

Uau, entrei em uma seara, que definitivamente não é a minha, mas se é a tua, comenta ai se deixei de falar algo essencial a respeito dos componentes energéticos dessa famosa plantinha amazônica, porque acabei me empolgando enquanto escrevia esse roteiro.

Mas o fato é que no meio de tantas reações químicas em nosso corpo após o consumo de Guaraná, o resultado é uma poderosa descarga de Adrenalina.

Segundo a Sra. Raimunda Paiva, produtora de guaraná em Maués, quanto mais cedo o guaraná for processado melhor será a qualidade do mesmo, atribuída a um guaraná de coloração mais clara. A colheita se realiza de outubro a janeiro quando os frutos estão maduros. O guaraná colhido é deixado amontoado para amolecer as cascas por três dias, em seguida pisado para despolpar, isso é, fazer a retirada da casca e do arilo.

Esse processo pode levar alguns dias o que promove a fermentação das sementes e a produção de um guaraná de coloração mais escura e tradicionalmente menos apreciado. O guaraná tradicionalmente produzido pelos índios Maués, conhecido pela sua excelente qualidade, é um guaraná colhido e processado imediatamente, ou seja, não sofre o processo de fermentação, e origina um produto de coloração clara. A coloração do guaraná também pode variar de acordo com o grau de torrefação das sementes. Após o despolpamento o guaraná é lavado e em seguida, as sementes vão ao forno de barro, onde são torradas, com acréscimo de água, até que os casquilhos comecem a se quebrar. Em seguida, as sementes torradas são colocadas em sacos, batidas para separar os casquilhos e trituradas em moinhos ou em pilões de madeira.

Mas se tu quiseres saber mesmo o que é o Guaraná e sentir na pele, compra o guaraná em pó ai na lojinha de produtos naturais mais perto da tua casa, coloca um pouco na tua vitamina de frutas e ai tu vais ver o que é um pré treino de responsa.

Mas agora me diz ai se tu já experimentastes o Guaraná, seja em pó ou seja em refrigerante que a gente quer saber tuas impressões ao consumir esse energético Amazônico.

REFERÊNCIAS

 

Reure Macena

Engenheiro Florestal, formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Especialista em Manejo Florestal e Auditor Líder - Sistema de Gestão Integrada (SGI). Um parceiro do Florestal Brasil desde o início, compartilhando conhecimento, aprendendo e buscando sempre a divulgação de informações que somem para o desenvolvimento Sustentável do setor florestal no Brasil e no mundo.

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