Desmatamento na Amazônia cai 63% no primeiro bimestre, mas os problemas continuam

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), responsável pelo monitoramento não governamental da região, iniciou esta segunda-feira, 18, com um misto de boas e más notícias. Houve uma redução significativa de 63% no desmatamento da floresta em relação a 2023, que já havia testemunhado uma diminuição.

Desmatamento na Amazônia cai 63% no primeiro bimestre
Desmatamento no primeiro bimestre é o menor em seis anos, mas permanece alto: a derrubada da mata atingiu 196 mil km² — Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP

Os dados do bimestre revelam o menor nível de desmatamento dos últimos seis anos, marcando o décimo primeiro mês consecutivo de queda. No entanto, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), cerca de 196 km² de floresta foram derrubados, indicando que o problema ainda persiste em níveis preocupantes. Para contextualizar, essa área é maior do que as cidades de Vitória, Natal ou Aracaju e equivale a aproximadamente 327 campos de futebol desmatados diariamente.

Mato Grosso continua liderando em desmatamento, seguido por Roraima e Amazonas, enquanto o Pará ocupa a quarta posição. No entanto, todos esses estados registraram reduções no desmatamento, com destaque para o Pará, que viu uma queda de 70% em comparação com o ano anterior, quando estava no topo da lista. A única exceção é o Maranhão, que registrou um aumento, embora em termos absolutos seja menor do que nos outros estados.

Avanço do garimpo no maior parque nacional do país

Apesar dos avanços, há vários obstáculos que ameaçam o progresso do sistema de proteção ambiental, incluindo a prolongada greve dos servidores ambientais, o que pode ter implicações sérias para o futuro.

Confira a evolução do desmatamento no Brasil — Foto: Fonte: Imazon
Confira a evolução do desmatamento no Brasil — Foto: Fonte: Imazon

É importante ressaltar que, apesar da queda, o desmatamento registrado no bimestre ainda supera os números observados entre 2008 e 2017, com exceção de 2015.

No entanto, o ponto mais preocupante é a razão por trás do desmatamento, que está concentrado nas áreas destinadas à agropecuária. Isso destaca a contradição fundamental do setor rural brasileiro: embora seja a atividade econômica mais suscetível às mudanças climáticas, continua sendo o principal impulsionador do desmatamento, o que inevitavelmente levará a um maior desequilíbrio climático.

Um dado alarmante é que 68% do desmatamento registrado em fevereiro ocorreu em áreas privadas ou em diferentes estágios de posse. Os assentamentos foram responsáveis por 22% do desmatamento, seguidos por unidades de conservação (7%) e terras indígenas (3%), de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).

Fonte:O Globo.

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