O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), responsável pelo monitoramento não governamental da região, iniciou esta segunda-feira, 18, com um misto de boas e más notícias. Houve uma redução significativa de 63% no desmatamento da floresta em relação a 2023, que já havia testemunhado uma diminuição.
Os dados do bimestre revelam o menor nível de desmatamento dos últimos seis anos, marcando o décimo primeiro mês consecutivo de queda. No entanto, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), cerca de 196 km² de floresta foram derrubados, indicando que o problema ainda persiste em níveis preocupantes. Para contextualizar, essa área é maior do que as cidades de Vitória, Natal ou Aracaju e equivale a aproximadamente 327 campos de futebol desmatados diariamente.
Mato Grosso continua liderando em desmatamento, seguido por Roraima e Amazonas, enquanto o Pará ocupa a quarta posição. No entanto, todos esses estados registraram reduções no desmatamento, com destaque para o Pará, que viu uma queda de 70% em comparação com o ano anterior, quando estava no topo da lista. A única exceção é o Maranhão, que registrou um aumento, embora em termos absolutos seja menor do que nos outros estados.
Apesar dos avanços, há vários obstáculos que ameaçam o progresso do sistema de proteção ambiental, incluindo a prolongada greve dos servidores ambientais, o que pode ter implicações sérias para o futuro.
É importante ressaltar que, apesar da queda, o desmatamento registrado no bimestre ainda supera os números observados entre 2008 e 2017, com exceção de 2015.
No entanto, o ponto mais preocupante é a razão por trás do desmatamento, que está concentrado nas áreas destinadas à agropecuária. Isso destaca a contradição fundamental do setor rural brasileiro: embora seja a atividade econômica mais suscetível às mudanças climáticas, continua sendo o principal impulsionador do desmatamento, o que inevitavelmente levará a um maior desequilíbrio climático.
Um dado alarmante é que 68% do desmatamento registrado em fevereiro ocorreu em áreas privadas ou em diferentes estágios de posse. Os assentamentos foram responsáveis por 22% do desmatamento, seguidos por unidades de conservação (7%) e terras indígenas (3%), de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
Fonte:O Globo.
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