Senadores da Comissão de Meio Ambiente aprovaram relatório de avaliação sobre os impactos ambientais gerados pela ocupação ilegal de áreas públicas promovida pela política de regularização fundiária na Amazônia Legal em 2022. Documento apresentado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi lido pelo presidente do colegiado, senador Jaques Wagner (PT-BA), que destacou a aprovação oportuna da iniciativa diante da proximidade da COP 27.
Transcrição
OS SENADORES DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE APROVARAM O RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELA OCUPAÇÃO ILEGAL DE ÁREAS PÚBLICAS PROMOVIDA PELA POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA LEGAL EM 2022. O DOCUMENTO FAZ UM HISTÓRICO DO DESMATAMENTO NO BRASIL E TRAZ RECOMENDAÇÕES PARA REDUZIR ÍNDICES. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. Foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado o relatório de avaliação sobre os impactos ambientais gerados pela ocupação ilegal de áreas públicas promovida pela política de regularização fundiária na Amazônia Legal em 2022.
O presidente do colegiado, senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, fez a leitura dos principais pontos do documento, apresentado pelo relator, senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo. O relatório aponta que o Brasil lidera o ranking dos países que mais promovem desmatamentos ilegais desde a década de 1990. É citado o lançamento, em 2004, do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, que levou à redução, entre 2005 e 2014, do desflorestamento de mais de 11 milhões de hectares.
A taxa anual de desmatamento caiu 82% no período, mas o cenário se alterou drasticamente desde 2015 devido à grilagem de terras públicas, com propriedades registradas ilegalmente no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural. Jaques Wagner destacou os números do desmatamento e outros aspectos relacionados ao problema:
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Jaques Wagner – Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, até o fim de 2020, mais de 14 milhões de hectares das Florestas Públicas Não Destinadas estavam registrados ilegalmente como propriedade particular, sendo que 3,4 milhões de hectares já haviam sido desmatados. E o aumento da grilagem de terras é apenas uma das muitas consequências nefastas desse processo, que envolve corrupção, formação de quadrilha, trabalho escravo, violência contra povos indígenas, roubo de madeira e mineração ilegal.
O senador Jaques Wagner observou que a aprovação do relatório pela Comissão de Meio Ambiente é oportuna devido à proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, que acontecerá no Egito, entre os dias 6 e 18 deste mês.
Jaques Wagner – Eu acho importante que esta casa legislativa dê uma demonstração aos outros países do nosso interesse em contribuir com uma legislação que realmente coíba a grilagem e o desmatamento ilegal principalmente na área da Amazônia Legal.
Na presidência da reunião, a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, ressaltou os dados trazidos pelo relatório e as providências a serem tomadas em relação à política ambiental brasileira.
Eliziane – Eu destaco dentre esses pontos o específico que trata da quantidade de hectares de terras hoje no Brasil que estão cadastradas com indícios de irregularidade, o que é uma situação, um relato muito preocupante para todos nós.
Além das informações sobre desmatamento, o relatório do senador Fabiano Contarato traz sugestões de projetos a serem aprovados pelo Congresso e recomendações para aperfeiçoar o Cadastro Ambiental Rural, combater a grilagem de terras no país, construir uma boa política de governança fundiária, entre outras indicações. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.
Fonte: Senado.leg.br
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