Aparelho usa internet das coisas para projetar quanto floresta vai render de matéria-prima

A solução para aliar proteção florestal e desenvolvimento econômico passa, sem dúvidas, pela tecnologia. Ainda mais num país como o Brasil, que tem mais de 500 milhões de hectares, ou seja, 60% de seu território coberto por florestas, e mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) dependente do agronegócio.

Criada em 2016 pelos sócios Esthevan Gasparoto, Emily Shinzato e Maycow Berbert, a startup foi incubada no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), onde fica sua sede, a Treevia utiliza internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) para dimensionar e monitorar o crescimento de florestas. Para isso, instala sensores em campo que captam dados e os transmite em tempo real para uma plataforma digital. Ao associar os dados com informações climáticas de cada região, é possível projetar quanto uma área vai render de matéria-prima, como madeira e celulose, nos próximos anos.

Hoje, atua em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná, e planeja expandir a operação para mais cinco Estados ainda em 2018.

Aparelho da
Treevia monitora a floresta em tempo real. Foto: Divulgação.Aparelho da
Treevia monitora a floresta em tempo real. Foto: Divulgação.

Por enquanto, o software da Treevia é usado por multinacionais e empresas menores para monitorar a taxa de crescimento das árvores em nove estados brasileiros. Um pequeno aparelho, com um cabo elástico, resistente à chuva e a temperaturas extremas, é amarrado aos troncos e transmite em tempo real as condições das árvores, desde a temperatura à umidade do ar. Nos projetos de grande escala, um aparelho é suficiente para monitorar um hectare de floresta.

O CEO e cofundador da Treevia, Esthevan Gasparoto, mostra sensor utilizado pela startup para coletar dados da floresta
O CEO e cofundador da Treevia, Esthevan Gasparoto

Os dados coletados são importantes para as companhias que utilizam materiais florestais no processo de produção porque o investimento no setor é de longo prazo, diz o cofundador e CEO, Esthevan Gasparoto. “Algumas árvores têm ciclos que levam mais de 20 anos e, ao longo desse período, o cliente precisa saber o desenvolvimento do seu material e o quanto o seu investimento está rendendo”, explica.


Basicamente se trata de uma solução que conecta a floresta à internet. “Essa conexão monitora a floresta em tempo real, gerando uma quantidade enorme de informações. O objetivo é gerar insights que vão levar a um melhor manejo da floresta” afirma Gasparoto. Com base nos dados, as empresas madeireiras conseguem tomar algumas decisões importantes, como identificar a melhor época para adubação, desbaste ou corte.

Segundo Gasparoto, o uso do software é aplicável também para o mercado das compensações de carbono. “A floresta quando está crescendo está sequestrando carbono da atmosfera. A solução da Treevia pode ser endereçada para isso: monitorar o quanto a floresta sequestra de carbono e converter isso em créditos de carbono para as populações que moram nessas regiões”, explica.”
À medida em que a árvore vai crescendo, o dispositivo capta as mudanças
de diâmetro e transmite essas informações para uma plataforma Web
Trajetória

Desde a fundação, a empresa recebeu cerca de R$ 3 milhões em investimentos, entre recursos próprios e de terceiros. Em 2016, antes de o sistema ser lançado, atraiu R$ 100 mil do Santander. Em 2017, fechou uma parceria com a Samsung e, em troca de um aporte de valor não informado, passou a comercializar em seu site o tablet da marca.

Atualmente, participa de um ciclo de aceleração de negócios na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que inclui um aporte de valor não revelado.

A Treevia não informa o faturamento, mas espera ampliar a cobertura de serviços nos próximos anos. O plano é começar a expandir a operação para a América Latina no segundo semestre de 2019.


FONTE: Gazeta do Povo / DCI







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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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