A Systemica, empresa especializada em soluções ambientais, conquistou a primeira concessão privada para reflorestamento de áreas degradadas no Brasil. O leilão, realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), concedeu à empresa a responsabilidade de restaurar 10,4 mil hectares na Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX), localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará. Este projeto pioneiro visa não apenas a recuperação ambiental, mas também a geração de créditos de carbono, inserindo-se em um mercado em expansão no país.

O que é uma concessão de reflorestamento?
Uma concessão de reflorestamento é um contrato pelo qual o poder público delega a uma entidade privada a responsabilidade de restaurar e manejar áreas florestais degradadas. Diferentemente das concessões florestais tradicionais, focadas no manejo sustentável de florestas nativas para extração de madeira, as concessões de reflorestamento têm como objetivo principal a recuperação de ecossistemas degradados. No caso específico da URTX, a Systemica assumirá a restauração da área por um período de 40 anos, com investimentos estimados em R$ 200 milhões nos primeiros 10 anos.
APA Triunfo do Xingu
Entendendo o mercado de carbono
O mercado de carbono é um sistema econômico que atribui valor financeiro à redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Empresas que emitem GEE acima de determinados limites podem compensar esse excesso adquirindo créditos de carbono de projetos que promovem a redução ou sequestro de carbono, como iniciativas de reflorestamento. No Brasil, a regulamentação desse mercado avançou com a aprovação de leis que estabelecem diretrizes para a comercialização desses créditos, incentivando práticas sustentáveis e contribuindo para o cumprimento de metas climáticas internacionais.
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Ineditismo da iniciativa
O projeto da Systemica representa a primeira concessão privada no Brasil destinada exclusivamente ao reflorestamento de áreas degradadas com fins de geração de créditos de carbono. Essa iniciativa pioneira abre caminho para novos modelos de negócios sustentáveis, combinando a recuperação ambiental com oportunidades econômicas no mercado de carbono. O governo do Pará planeja lançar novas concessões semelhantes, totalizando mais de 30 mil hectares na APA Triunfo do Xingu ainda este ano, indicando uma tendência crescente nesse setor.
Desafios a serem enfrentados
Apesar do potencial significativo, a Systemica enfrentará diversos desafios na implementação do projeto:
- Baixa concorrência e atratividade: O leilão contou com apenas uma proposta qualificada, indicando possíveis barreiras que desestimulam a participação de outras empresas. Identificar e superar esses obstáculos será crucial para o sucesso de futuras concessões.
- Monitoramento e certificação: Garantir a eficácia do reflorestamento e a precisão na contabilização dos créditos de carbono requer sistemas robustos de monitoramento e certificação, assegurando a credibilidade dos créditos gerados.
- Engajamento comunitário: A integração e o benefício das comunidades locais são fundamentais para o êxito do projeto, exigindo estratégias eficazes de comunicação e participação.
- Oscilações do mercado de carbono: A volatilidade nos preços dos créditos de carbono pode impactar a viabilidade financeira do projeto, demandando uma gestão financeira cuidadosa e estratégias de mitigação de riscos.
Superar esses desafios será essencial para que a Systemica não apenas alcance seus objetivos ambientais e econômicos, mas também estabeleça um modelo replicável de sucesso em concessões de reflorestamento no Brasil.
Fontes: O Globo / Capital Resetr / Exame / Agência Pará
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