Software de código aberto criado para restringir uso de veículos pesados em áreas protegidas

Um software gratuito e de código aberto que pretende usar linhas de programação para restringir o uso de maquinário pesado e até mesmo motosserras em áreas protegidas. 
O projeto consiste no uso de dados do World Database on Protected Areas, da ONU – que é constantemente atualizado por ONGs, governos e comunidades locais -, e de um chip contendo GPS, 4G e armazenamento de dados, além do código. Esse sistema pode ser adotado por fabricantes desse maquinário.
Por meio da combinação de dados (o GPS e as informações da ONU), é possível detectar quando as máquinas entram em área protegida. Se houver invasão desse ambiente, o motorista recebe uma notificação. Se ele continuar avançando, a máquina poderá ser desativada pelo sistema.
O chip foi desenvolvido pela TEKT Industries. O projeto foi idealizado foi idealizado pela AKQA em São Paulo e foi viabilizado tecnicamente pela AKQA Australia. Entre os parceiros da ação estão Instituto Raoni, Ipam Amazônia, Idesam, Instituto Peabiru e Ecam. Com o Código da Consciência, essa rede visa combater o desmatamento, que aumenta a ocorrência e expansão de queimadas. O site criado para o projeto informa que um terço das reservas naturais estão sob ameaça da ação humana. “É difícil impedir os homens de destruir nosso planeta, mas podemos parar as máquinas que eles usam”.
“A destruição ilegal da natureza impacta todos, seja na diminuição da biodiversidade, na violência contra comunidades, na degradação do solo ou, em última instância, no aquecimento global. O projeto oferece às fabricantes de veículos pesados, pela primeira vez, a oportunidade de também participarem da solução desse problema”, afirma Hugo Veiga, diretor executivo de criação da AKQA, em comunicado. A agência acredita na viabilidade econômica do projeto: uma fabricante poderia ganhar clientes conectados às demandas por um mundo mais sustentável e que reconheçam as vantagens econômicas de assumir uma postura consciente.
 
Características
  • O código foi escrito em linguagem de programação Python, que pode ser facilmente traduzido para qualquer idoma;
  • A maioria dos maquinários modernos já possui GPS e computador de bordo, o que facilita a implementação do código, a ideia é atualizar os veículos já existentes e que os novos veículos já saiam de fabrica com a tecnologia;
  • Como o software é aberto, pode ser modificado e adaptado pelos fabricantes de equipamentos;
Apresentação

Foi enviada uma carta a CEOs das dez maiores fabricantes de equipamentos de construção do mundo – Caterpillar, Komatsu, Hitachi CM, Volvo CE, Liebherr, XCMG, Doosan Infracore, Sany, John Deere e JCB -, com o chip e uma escultura de animais ameaçados de extinção. As peças foram feitas com restos de madeira, representando a necessidade de conservar florestas.
Aos consumidores, os criadores do projeto pedem que eles os ajudem a pressionar as empresas a adotar o código em suas máquinas. Também estão sendo procuradas empresas que tenham atividades econômicas relacionadas à Amazônia, para que elas passem a exigir que fornecedores e parceiros instalem o Código da Consciência.

Fonte: Clube da Criação / Código da Consciencia


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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