Restauração Ecológica e Ecologia da Restauração

Será que existe diferença entre os dois termos abordados no título dessa postagem? 
Já posso adiantar que sim! Porém…

fonte: google imagens – efraim rodrigues
Ambos os termos estão ligados entre si, um representa o outro e vice-versa. Existe um frase muito boa para a restauração, onde diz que: “a pratica leva a perfeição”. Pode ser que isso realmente ocorra, mas essa mesma prática deve ser avaliada constantemente, e assim com o tempo cada vez mais chegar a um ponto onde uma restauração seja mais adaptada a cada tipo de situação, nem sempre é só plantar as mudas no campo que está tudo “ok”. Existe muitas coisas por trás da restauração ecológica, os termos, as definições e conceitos quase todos são os mesmos, uma coisa ou outra muda, mas o que é mais interessante é o que realmente a ecologia da restauração estuda para melhorar a restauração ecológica, veja a definição a seguir.

O que é Restauração Ecológica?

A restauração ecológica é o processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi
degradado, danificado ou destruído.

O que é Ecologia da Restauração?

Disciplina que investiga cientificamente a restauração de
ecossistemas, gerando conceitos claros, modelos,
metodologias, ferramentas, generalizações e predições, que
podem proporcionar avanços na prática da restauração
ecológica. 
Segundo a SER – Society for Ecological Restoration International – Sociedade Internacional
para a Restauração Ecológica
(2004), existe nove atributos listados que fornecem uma base para determinar quando a restauração foi
alcançada (não é necessária a expressão total de todos esses atributos para demonstrar restauração).  É necessário que esses atributos demonstrem uma trajetória apropriada de
desenvolvimento ecossistêmico orientada às metas ou referência desejadas. Alguns dos atributos são
facilmente mensurados. Outros precisam ser avaliados indiretamente, incluindo a maioria das funções
ecossistêmicas, que não podem ser medidas sem se recorrer a investigações científicas que
ultrapassariam as capacidades e orçamentos da maioria dos projetos de restauração.
1. O ecossistema restaurado contém um conjunto característico de espécies que ocorrem no
ecossistema de referência, fornecendo uma estrutura apropriada de comunidade. 
2. O ecossistema restaurado consiste de espécies indígenas até o máximo grau possível. Nos
ecossistemas culturais restaurados, se permite a ocorrência de espécies exóticas domesticadas e de
espécies ruderais não invasoras, além das arvenses, que presumidamente coevoluiram com elas. As
espécies ruderais são representadas por plantas que colonizam sítios perturbados, enquanto as
arvenses crescem entre plantas de cultivo. 
3. Todos os grupos funcionais necessários para o desenvolvimento contínuo e,ou estabilidade do
ecossistema restaurado se encontram representados ou, caso não estejam presentes, os grupos
ausentes possuem potencial para colonizar o ambiente por meios naturais.
4. O ambiente físico do ecossistema restaurado possui a capacidade de suportar as populações
reprodutivas das espécies necessárias para sua estabilidade contínua ou desenvolvimento ao longo
da trajetória desejada. 
5. O ecossistema restaurado aparentemente funciona de modo normal, de acordo com seu estado
ecológico de desenvolvimento, não existindo sinais de disfunção. 
6. O ecossistema restaurado foi integrado adequadamente com a matriz ecológica ou a paisagem, com
a qual interage através de fluxos e intercâmbios abióticos e bióticos. 
7. As ameaças potenciais à saúde e à integridade do ecossistema restaurado foram eliminadas ou
reduzidas ao máximo possível. 
8. O ecossistema restaurado é suficientemente resiliente para suportar os eventos periódicos normais
de estresse que ocorrem no ambiente local e que servem para manter a integridade do ecossistema. 
9. O ecossistema restaurado é auto-sustentável, ao mesmo grau que seu ecossistema de referência, e
possui o potencial para persistir indefinidamente sob as condições ambientais existentes. Entretanto, aspectos da sua biodiversidade, da estrutura e do seu funcionamento podem mudar
como parte do desenvolvimento ecossistêmico normal, e podem flutuar em resposta ao estresse
periódico normal e eventos ocasionais de distúrbio de maior consequência. Como acontece com
qualquer ecossistema intacto, a composição de espécies e outros atributos do ambiente restaurado
podem sofrer alteração, se as condições ambientais mudarem. 
Essas avaliações são feitas e constituídas por estudo da ecologia da restauração, e que são aplicadas na restauração ecológica para melhor compreender o nível da restauração, se está chegando ao ponto ideal. Outros atributos podem entrar nesta lista, e também cada atributo desse pode ser melhorado.

Todo projeto de restauração, deve ter um ecossistema como referência
O ecossistema de referência serve como modelo para planejar um projeto de
restauração, e mais tarde, para sua avaliação. Na sua forma mais simples, a referência é um sítio real, a
sua descrição por escrito ou ambos.
As seguintes fontes de informação podem ser utilizadas para descrever a referência:
  • escrições ecológicas, listas de espécies e mapas do sítio do projeto antes de ser danificado; 
  • fotografias históricas e recentes, tanto aéreas como terrestres; 
  • remanescentes do sítio a ser restaurado, indicando as condições físicas anteriores e a biota;
  • descrições ecológicas e listas de espécies para ecossistemas semelhantes e intactos; 
  • espécimes de herbários e museus; 
  • relatos históricos e testemunhos orais de pessoas familiarizadas com o sítio do projeto antes de
    ser alterado; 
  • evidências paleoecológicas, por exemplo pólen fossilizado, carvão vegetal, história dos anéis de
    crescimento das árvores e estrume de roedores.
Monitoramento e avaliação
Um projeto de restauração corretamente planejado trata de satisfazer metas definidas e que reflitam
atributos importantes do ecossistema de referência. As metas são atingidas mediante a busca de
objetivos específicos. As metas são ideais, ao passo que os objetivos são medidas concretas que se
tomam para se atingir as primeiras. Devem ser feitas duas perguntas fundamentais com respeito à
avaliação de um ecossistema restaurado. Os objetivos foram alcançados? As metas foram cumpridas?
As respostas às duas perguntas são consideradas válidas, desde que as metas e objetivos tenham sido
declarados antes da execução do trabalho relativo ao projeto de restauração. 
Existem três estratégias para conduzir uma avaliação: comparação direta, análise de atributos e
análise da trajetória.
Na comparação direta, se determinam ou se medem parâmetros selecionados da referência e dos sítios de restauração. Se a descrição da referência é minuciosa, poderão ser
comparados de 20 a 30 parâmetros que incluam aspectos bióticos e abióticos. Isto pode levar a certa
ambiguidade de interpretação, quando os resultados são similares para algumas comparações, e não
para outras. Desse modo, surge a seguinte pergunta: Quantos parâmetros devem apresentar valores
similares e quão próximos devem ser entre si para que sejam satisfeitas as metas de restauração?
Talvez, a abordagem mais satisfatória seria a seleção cuidadosa de um grupo coerente de
características, numa descrição coletiva e ampla do ecossistema, porém concisa. 
Na análise de atributos, são avaliados os itens que constam da lista fornecida na Seção 3. Nesta
estratégia, os dados quantitativos, e parcialmente quantitativos, do monitoramento programado, e de
outros inventários, são úteis para julgar até que grau as metas foram alcançadas.
A análise da trajetória é uma estratégia promissora, mas ainda em fase de desenvolvimento, e que
visa interpretar grandes conjuntos de dados comparativos. Nessa estratégia, se tomam em consideração
os dados recopilados periodicamente dos sítios de recuperação, para se estabelecer as tendências.
Assume-se que as tendências que conduzem às condições de referência confirmam que a restauração
está seguindo a trajetória desejada. 
Existem muito mais fatores que ajudam e podem ser usadas na restauração ecológica, separei nesse texto acima partes fundamentais da restauração. Enfim, as duas práticas abordadas no titulo caminham juntas, e sempre uma é a base da outra para evoluir em termos de melhor entender a restauração e pratica-lá.
Para saber mais acesse:
(SER)
(GISELDA)
Obs: Os links ajudaram na construção dessa postagem.

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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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