Qual a influência da densidade de plantio na produção madeireira?

As florestas plantadas possuem um papel fundamental para o fornecimento das distintas formas de utilização da madeira para os fins industriais, substituindo a madeira proveniente de florestas nativas.

Diferentes gêneros, como por exemplo Eucalyptus, Corymbia, Pinus, Tectona (Teca), Khaya

Plantação de khaya senegalensis com espaçamento 3×2
Foto: Parque Florestal

(mogno africano), entre outras, vêm ganhando espaço no cenário nacional no que se refere aos plantios florestais. Sendo assim, a busca por aumentar a qualidade das florestas plantadas vem sendo estuda por diversos pesquisadores e instituições há muito tempo, tendo por exemplo estudos como o de Balloni; Simões (1980), justificando que o espaçamento é uma das principais ações que podem ser controladas a fim de que se obtenha madeira com as características desejáveis e demandas estabelecidas pelo mercado.

A densidade de um plantio florestal é dada pelo seu espaçamento, podendo variar entre um plantio de alta densidade, onde há a presença de muitas árvores por hectare, a um plantio de baixa densidade, onde há um baixo número de árvores por hectare.

Fatores envolvidos

Dado pela distância entre linhas e plantas do plantio, o espaçamento depende de vários outros fatores para ser escolhido. Eloy et al., (2015) afirma que a definição do espaçamento do plantio, e consequentemente a sua densidade, possui grande importância, pois deve levar em consideração fatores como a disponibilidade de recursos primários de crescimento (água, luz e nutrientes) para cada indivíduo do povoamento, afetando diretamente as atividades silviculturais, tecnológicas e econômicas, uma vez que age diretamente na taxa de crescimento de cada indivíduo, idade de corte, qualidade da madeira e, por fim, custos de produção.

A produção de madeira em uma floresta contempla um grande número de variáveis, cujas interações se transformam em um sistema bastante complexo e singular, com cada interação tendo sua devida importância. A densidade, uma dessas interações, varia de acordo com o sítio, região e destino final da madeira.

Menores espaçamentos produzem árvores com diâmetros menores, maior área basal e volume por área (Schneider, 1993), ocorrendo a maior produção de biomassa por unidade de área, em decorrência da maior concentração de individuo (Oliveira Neto et al., 2003).

Já em plantios onde os espaçamentos são maiores acontece o inverso; onde se produz árvores com diâmetros maiores e um maior volume por árvore, fazendo com que a matéria seca da parte aérea da árvore seja elevada devido ao grande crescimento em diâmetro.

Pontos importantes

Autores como Balloni e Simões (1980) afirmam que a densidade do plantio escolhida simplesmente pelo uso final da madeira é um erro, uma vez que negligencia aspectos ecológicos e silviculturais como a competição por luz, umidade e nutrientes.

Foto: Parque Florestal

Plantios menos densos, de maior espaçamento entre árvores, tendem a produzir madeira com valores baixos de densidade básica, menos resistentes à rigidez, enquanto em plantios com menor densidade, por apresentarem maior competição por luz e espaço, há uma estagnação no crescimento volumétrico. Para Scolforo (1997), tamanho de nós, retidão do tronco, conicidade e densidade básica da madeira são os principais aspectos influenciados pela densidade do plantio.

 
 
Autores
Ernandes Macedo da Cunha Neto
netomacedo878@gmail.com
Gabriel Mendes Santana
gsantanaflorestal@gmail.com
Iací Dandara Santos Brasil
iacidandara@yahoo.com.br
Mestrandos do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Emmanoella Costa Guaraná Araujo
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal – UFPR
manuguarana@gmail.com  
 

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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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