Em alguns meses teremos as eleições para Presidente da República, Governadores, Senadores, e Deputados Federais e Estaduais. Neste contexto, para que os eleitores possam escolher os seus candidatos com mais fundamentação, ocorrem as campanhas eleitorais. Dentre os vários temas, como Saúde, Educação, Segurança, Meio Ambiente, você acredita que a pauta ambiental vai ser fundamental para um(a) candidato(a) às eleições de 2022?
Você se lembra como a pauta ambiental foi apresentada nas últimas eleições? Quais questões ambientais devem ser tomadas como prioridade em 2022?
Se você acredita que esse é um assunto importante para ser incluído nas eleições de 2022 e quer saber mais, pode deixar que a Politize! te ajuda a entender sobre o assunto e a olhar com mais atenção os seus candidatos.
Meio ambiente e política se relacionam?
Para começar a responder essa pergunta, vamos voltar um pouquinho na história para o período colonial do Brasil, quando surgiram os primeiros mecanismos de proteção dos recursos naturais, em um período em que não existiam nem mesmo discussões sobre sustentabilidade e preservação ambiental.
Naquele contexto, o objetivo era a proteção do território e seus recursos para o monopólio dos portugueses, onde o Pau-Brasil, que foi o primeiro recurso natural explorado na região, teve uma primeira norma estabelecida para seu corte, pela Carta Régia de 1542, ou seja, a relação de proteção era mais relacionada à economia do que ao meio ambiente.
Desde essa época, foram surgindo várias legislações importantes para que os recursos ambientais não se esgotassem. Atualmente, no Brasil, temos algumas, como: Código Florestal, Código das Águas, Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, etc.
Hoje temos legislações ambientais de todos os tipos e em todos os níveis de governo (federal, estadual e municipal). Essas legislações são cruciais para que a biodiversidade do Brasil possa ser preservada, por isso a questão ambiental deve fazer parte do espaço de discussão de quem pretende assumir um cargo político.
Como as pautas ambientais foram tratadas nas últimas eleições?
Como ainda não foram apresentadas oficialmente as candidaturas e suas propostas para 2022, vamos apresentar algumas pautas ambientais tratadas nas eleições presidenciais dos anos de 2014 e 2018, para podermos entender como esses temas podem variar de candidato para candidato ou até mesmo dependendo do ano em que ocorrem as eleições.
As eleições de 2014
Antonio Teixeira de Barros analisou como os candidatos às eleições presidenciais de 2014 abordaram a pauta ambiental, em relação à governança ambiental, em seus planos de governos. Dos 11 candidatos, o autor identificou que apenas 09 incluíam temáticas da agenda ambiental em seus planos, assim, agrupou essas pautas do plano de governo em três perfis temáticos, considerando os termos, ou palavras-chave, tratados nos seus planos:
- 1 – Desenvolvimento com sustentabilidade econômica: Aécio Neves, Dilma Rouseff, Pastor Everaldo e Levy Fidélix;
- 2 – Desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social e ecológica: Eduardo Jorge, Eymael, Luciana Genro e Marina Silva; e
- 3 – Crítica ao capitalismo (sustentabilidade econômica): Mauro Iasi.
No primeiro perfil a prioridade adotada no plano de governo é o crescimento econômico aliado com a sustentabilidade. Para o segundo se tem a preservação da biodiversidade como fundamento da economia verde. No último, se tem as críticas para a exploração predatória da natureza pelo sistema capitalista.
Em seu artigo, o autor explica com detalhes essa organização, mas tudo que você precisa saber, com este exemplo, é que os candidatos se diferenciam nas pautas adotadas em seu plano de governo.
Enquanto alguns apresentam pautas bem específicas e genéricas relacionadas à relação da sustentabilidade com crescimento econômico, como Dilma Rousseff e Levy Fidélix, que citam em seus planos termos como “Crescimento Econômico” e “Sustentabilidade”, há exemplos, como o de Marina Silva, que apresenta um plano de governo mais detalhado para as pautas ambientais.
Para Marina Silva, o autor do estudo enfatiza que o seu plano é coerente com sua trajetória política em defesa das causas ambientais. Cabe ressaltar que a candidata incluiu, além da questão de desenvolvimento com sustentabilidade econômica, questões sociais e ecológicas, como a agroecologia e a educação ambiental, que hoje são temas muito discutidos como alternativas para um caminho sustentável.
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