Protetor Solar para Plantas: Solução ou Paliativo Diante das Mudanças Climáticas?

A Embrapa é realmente incrível, líder em tecnologia agrícola, referência no mundo todo. Mas até que ponto vamos tentar resolver um problema sem a real solução? A inovação desenvolvida pela Embrapa, o Sombryt BR, surge como uma solução promissora para reduzir os danos causados por condições climáticas adversas em diversas culturas agrícolas.

Protetor Solar para Plantas
Foto: Embrapa / Protetor Solar para Plantas

A Embrapa, em parceria com a empresa Litho Plant, desenvolveu uma inovação que promete mitigar os impactos das altas temperaturas e da radiação solar excessiva nas plantações: o Sombryt BR, um protetor solar para plantas e frutos. A tecnologia já demonstrou eficácia na redução de danos físicos e no aumento da produtividade em diversas culturas, como abacaxi, banana, citros, mamão, manga e maracujá.

Composto por carbonato de cálcio, o Sombryt BR funciona como um fertilizante mineral simples, compatível com sistemas de cultivo orgânico e convencional. Um dos estudos mais relevantes com a tecnologia foi realizado em laranjeiras Pera, onde se observou um aumento médio de 12% na produtividade. Além disso, segundo pesquisadores da Embrapa, o produto melhora o balanço energético das plantas, otimiza o uso da água e favorece as trocas gasosas, tornando-as mais resilientes às condições climáticas adversas.

Uma solução real ou apenas “tampando o sol com a peneira”?

Apesar dos benefícios evidentes do protetor solar para plantas, a inovação levanta um questionamento crítico: estamos realmente resolvendo o problema ou apenas amenizando seus sintomas? O aquecimento global continua a avançar, com eventos climáticos extremos se tornando cada vez mais frequentes e severos. Secas prolongadas, ondas de calor e tempestades violentas afetam não apenas a agricultura, mas todo o equilíbrio ecológico do planeta.

Protetor Solar para Plantas
Foto: Embrapa / Protetor Solar para Plantas

Diante desse cenário, tecnologias como o Sombryt BR surgem como ferramentas importantes para garantir a produtividade no curto prazo. No entanto, elas não combatem as causas estruturais das mudanças climáticas, apenas minimizam seus efeitos sobre determinados sistemas produtivos. É essencial que essas soluções sejam complementadas por políticas ambientais mais robustas, redução das emissões de gases de efeito estufa e a transição para sistemas agrícolas mais sustentáveis.

A inovação tecnológica no campo é fundamental, mas não pode ser tratada como a única resposta para os desafios ambientais do nosso tempo. Precisamos ir além das soluções paliativas e atuar diretamente na raiz do problema, promovendo mudanças reais e duradouras na forma como interagimos com o meio ambiente.

Fonte: Embrapa; Rádio Itatiaia


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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