Monitorar as queimadas na Amazônia é um desafio, assim como em todo o Estado do Pará. São mais de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de área para fiscalizar. As ações voltadas à prevenção de queimadas são intensificadas no segundo semestre, quando o número de casos aumenta. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no ano passado foram registrados mais de 35 mil focos ativos detectados; já em 2015, até agosto, foram contabilizados 312 focos.
Desde julho deste ano, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) desenvolveu o Sistema de Monitoramento de Incêndio Florestal (SMI-Floresta), com o apoio da Vale, para acompanhar com mais eficiência cada um desses casos. “Em 2006 já atuávamos com esse sistema, mas agora ele é mais robusto, mais moderno. Temos 19 satélites monitorando toda a extensão do Estado, que nos atualizam a cada quatro horas. Agora conseguimos cruzar as informações com os dados climatológicos, para que a gente tenha as áreas de maior suscetibilidade a queimadas, com escassez de chuva, por exemplo”, explica o diretor de Geotecnologias da Semas, Vicente de Paula Sousa.
O mais importante do sistema é ser on-line. “Ele tem o caráter de socializar. É interessante para a gente que a comunidade se envolva. Nosso objetivo é, a cada caso, ter uma ação imediata, para que se chegue a tempo de dar o flagrante ou a orientação devida. Agora conseguimos cruzar as informações do sistema também com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), e a partir da localização saber em que área e quem é o provável responsável pela queimada, descobrir se é reserva legal, se é área de proteção permanente ou se área de uso alternativo do solo”, garante o diretor.
Prevenção
O SMI-Floresta identifica os níveis de calor em vários pontos do território, basta acessar o sistema pelo siteda secretaria. “Para garantir esse acesso, ainda vamos promover, começando agora em agosto, capacitações nos municípios do interior para que, além do uso do sistema por todos, tenhamos diálogo e consigamos evitar as queimadas, e sempre a partir de um foco entrar em contato passar as coordenadas, checar se há incêndio ou não. Nessa capacitação ainda vamos orientar como proceder com a agricultura sem queimada, muito mais benéfica porque não desgasta o solo”, esclarece o diretor.
O trabalho terá o apoio próximo da Sessão de Monitoramento da Defesa Civil do Pará, que inicia neste semestre um projeto piloto. “Vamos estar em contato com os quartéis do Corpo de Bombeiros de cada polo e da Secretaria de Meio Ambiente. Queremos fazer prevenção, vamos identificar os focos, passar a localização para a equipe dos bombeiros no local, para checar se há de fato um incêndio florestal ou se é apenas uma queimada de lixo, por exemplo. A Semas tem as informações sobre autorizações, ela sabe quais áreas tem autorização e quando podem ser feitas e aí então ela notifica as situações irregulares. Esse ano vamos começar a trabalhar dessa forma, no próximo ano estaremos com o sistema mais consolidado”, afirma o chefe da sessão da Defesa Civil, capitão Bruno Freitas.
O sistema verifica diariamente os focos de incêndio a partir de vários sistemas on-line. “Além do SMI-Floresta, o Inpe e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) fornecem informações para a gente. Conseguimos ter previsões para as próximas semanas e atualização diária dos focos de calor no Estado, onde o risco de queimada é grande. Nas últimas duas horas, registramos 575 pontos, a maioria no sul e sudeste do Pará, região mais seca nessa época”, afirma o capitão.
Fonte: Remade
Descubra mais sobre Florestal Brasil
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.