Precisamos falar sobre folhas

Ela geralmente fica fora de foco em estudos acadêmicos, tecnologias e até mesm em rodas de conversas acadêmicas (existe isso?). Mas é uma das estruturas mais importantes dos vegetais. Presente na grande maioria das plantas, a folha geralmente tem forma de lâmina e apresenta a cor verde, devido à presença de clorofila. Com diversas funções que vão desde a fotossíntese, indentificação botânica e até mesmo a alimentação de outros seres vivos. Confira abaixo um verdadeiro dossiê sobre A FOLHA.
Lorenzo Duran transformam folhas em obras de arte únicas

Funções da folha


A folha desempenha basicamente duas funções importantíssimas para a vida das plantas: fotossíntese e transpiração.

Para que seja entendido como a folha realiza essas funções, vamos conhecer os estômatos.

Os estômatos são estruturas existentes na epiderme das folhas,
constituídas de duas células especiais, as células-guardas. Entre essas
duas células, existe uma abertura que comunica o interior da folha com o
ambiente externo. Essa abertura é chamada ostíolo. Através dos
ostíolos, as folhas fazem as trocas gasosas entre a planta e o meio
externo.

O controle de abertura e fechamento dos ostíolos é feito pelas
células-guardas. Quando se enchem de água, elas empurram a parede oposta
ao ostíolo para as laterais e abrem o orifício. Quando falta água, elas
murcham e fecham o ostíolo.


Células de uma folha



Células de uma Folha

    
Cloroplastos ,figura microscópica


 Fotossíntese

A  fotossíntese é uma das funções mais importantes da folha. É por
meio dela que a planta produz o alimento de que necessita para se manter
viva. Para a ocorrência da fotossíntese, uma planta necessita de gás
carbônico, de água e de energia luminosa. Então, acontecem os seguintes
eventos.

  • O vegetal absorve o gás carbônico do ar atmosférico através dos estômatos.
  • A água, que a raiz retira do solo, é conduzida até às folhas.
  • A clorofila, pigmento verde presente nas folhas, absorve a energia da luz solar.
  • Com o auxílio dessa energia, o gás carbônico e a água são transformados em glicose e oxigênio.
  • A glicose é utilizada como “combustível” pelas células
    fotossintetizantes ou é “exportada” para as demais partes da planta
    através da seiva orgânica. O oxigênio é liberado para o meio ambiente,
    contribuindo para a renovação do ar, e pode também ser utilizado na
    respiração da própria planta.


Transpiração


Nos dias quentes, principalmente, a maior parte da água absorvida do
solo pela planta e que chega até às células da folha se evapora. Então a
água, em forma de vapor, é eliminada para a atmosfera. Esse processo
denomina-se transpiração e é realizado principalmente pelos estômatos.
Fotografia de estômatos em uma folha. Foto: Dimarion / Shutterstock.com

O processo de evaporação da água retira calor da folha. A
transpiração, então, “refresca” a folha, contribuindo para manter a
temperatura em níveis que permitam a atividade de suas células. Se a
temperatura de uma folha ficar muito alta, suas células podem morrer e a
fotossíntese logicamente cessa.

A saída dos vapores de água, da folha para o meio externo, é
“facilitada” quando a umidade relativa do ar é baixa. Por isso, a
transpiração é geralmente mais intensa nos dias quentes e com baixa
umidade do ar.

 Para repor a água evaporada e perdida para o meio ambiente na
transpiração, as folhas exercem uma espécie de força de sucção sobre os
vasos lenhosos da planta, provocando a subida da seiva bruta.


As folhas respiram?


A respiração celular é um fenômeno que permite extrair a energia
contida em substâncias orgânicas diversas, como a glicose. Na respiração
aeróbica, a “queima” da glicose ocorre com a participação do gás
oxigênio retirado do ambiente. No final do processo formam-se gás
carbônico e água; a energia extraída é utilizada para o desempenho das
diversas atividades das células.

As plantas são seres aeróbicos. Assim, todas as células vivas de uma
planta respiram, utilizando gás oxigênio. Logo, as células vivas de uma
folha respiram, como respiram também as células vivas da raiz, do caule,
etc.

Acontece que, para as células respirarem, a planta precisa absorver
oxigênio do ambiente, ao mesmo tempo que elimina gás carbônico. Essas
trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente é que ocorrem
principalmente nas folhas, através dos estômatos. Mas uma raiz, por
exemplo, também realiza essas trocas gasosas necessárias para a
respiração. É por isso que um solo fértil precisa conter, entre outras
coisas, uma quantidade razoável de ar atmosférico.


Sudação: a eliminação de água em gotas


A sudação ou gutação é a eliminação de água em forma de gotículas.
Essas gotículas de água, que também contêm alguns sais minerais
dissolvidos, saem por aberturas especiais que se encontram
principalmente nos bordos e nas pontas das folhas.

A sudação ocorre quando o solo está bem suprido de água. Ao contrário
da transpiração, é mais intensa à noite, com grande umidade do ar.
Através da sudação, uma planta elimina o excesso de água  e de sais
minerais absorvidos do solo. Esse fenômeno representa mais uma função
que se pode atribuir às folhas de uma planta.


Partes da folha


A folha é composta de três partes principais: limbo, pecíoo e bainha.

Resultado de imagem para tipos de folhas


Limbo


O limbo é a região mais larga da folha. Nele encontram-se os
estômatos e as nervuras, que contêm pequenos vasos por onde correm a
seiva bruta e a seiva elaborada.


Pecíolo


É a haste que sustenta a folha prendendo-a ao caule.


Bainha


Dilatação do pecíolo, a bainha serve para prender a folha ao caule.


Classificação das folhas


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Folha do Milho. Invaginante
Uma folha que tenha todas as partes (limbo, pecíolo e bainha) é uma
folha completa. Mas nem todas as folhas são assim. Repare as folhas do
fumo e as do milho.


Folha séssil e folha invaginante


Na folha do fumo faltam o pecíolo e a bainha. O limbo prende-se diretamente no caule. Ela é uma folha séssil.

Na folha do milho falta o pecíolo. A bainha é bem desenvolvida e fica em volta do caule. Neste caso, a folha é invaginante.


Folha reticulinérvea e paralelinérvea


Nas folhas de dicotiledôneas em geral (feijão, laranjeira, etc.), as
nervuras se ramificam no limbo, formando uma rede delas; a folha é,
então, chamada de reticulinérvea. Já nas monocotiledôneas (milho, arroz,
etc.) é comum as nervuras do limbo se apresentarem paralelas umas às
outras; neste caso, a folha é chamada de paralelinérvea.

Modificações da folha


Algumas plantas apresentam folhas modificadas, isto é, adaptadas para desempenhar funções específicas.

  • Brácteas – São folhas geralmente coloridas e
    grandes que protegem as flores. A planta denominada três-marias
    apresenta brácteas que protegem suas pequenas flores. No anúncio e no
    copo-de-leite existe uma grande bráctea envolvendo o conjunto de flores
    miúdas.
  • Gavinhas –  São folhas modificadas formando
    espirais que auxiliam a planta a se prender a um suporte. As gavinhas do
    chuchu e do maracujazeiro são folhas modificadas.
  • Espinhos foliares – Neste caso, toda a folha ou uma parte dela se transforma em espinhos. Nos cactos, os espinhos são folhas modificadas.


Folhas comestíveis


Muitas folhas são usadas em nossa alimentação diária. Durante as suas
refeições, você deve comer alface, couve, acelga, espinafre ou agrião,
por exemplo. Outras folhas, como as da erva-cidreira, do mate, da
camomila, do capim-santo e da hortelã, são utilizadas para preparar
chás. Para isso, elas podem ser cultivadas em casa ou encontradas
embaladas em saquinhos e em caixinhas nos supermercados. Podem ser
cozidas inteiras ou trituradas.
Faltou alguma parte ou característica das folhas para citar? deixe nos comentários. Qual outra parte das plantas e árvores vocês gostariam de um dossiê como esse? 

Fonte: Biomania

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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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