COP

Por justiça climática e social, movimentos ocupam as águas de Belém em barqueata

Cerca de 5 mil pessoas de 60 países participaram de um ato pela Amazônia e pela justiça climática nos rios que cercam Belém.

Nas águas da Baía do Guajará, o som dos motores se misturou ao das marés e dos cantos vindos das embarcações. Mais de duzentas canoas, barcos e rabetas da região amazônica formaram uma barqueata em Belém (PA) na manhã desta quarta-feira (12), durante o Ato pela Justiça Climática. O movimento reuniu cerca de cinco mil pessoas de 60 países em defesa da Amazônia e da justiça climática.

Cerca de 200 embarcações e 5000 pessoas realizam ato pela justiça climática em barqueata pela Baía de Guajará. Foto: Cercano/Festivales Media

A manifestação antecedeu a abertura da Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30,  e começou por volta das 9h e durou cerca de duas horas. O percurso, de aproximadamente 13 quilômetros, teve início na Universidade Federal do Pará (UFPA) e seguiu até a Vila da Barca, área de palafitas ao norte da península de Belém — símbolo das contradições sociais e ambientais da cidade que sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Participaram da barqueata povos Kayapó, Munduruku, Kayapó Panará, Borari, Tupinambá, Xipaya, Arapiun, além de quilombolas, sem-terra, sem-teto, agricultores, pescadores, extrativistas e ribeirinhos — povos que por muitas vezes são negligenciados nos espaços de decisão e poder das conferências climáticas.

O movimento também encerrou a Caravana da Resposta, que partiu de Sinop (MT) no dia 8 e chegou a Belém no dia 10. Durante o percurso por terras e rios do país, os participantes atravessaram o chamado “corredor da soja”, denunciando os impactos do agronegócio e das grandes obras de infraestrutura — como a Ferrogrão e as hidrovias do Arco Norte — sobre territórios e modos de vida tradicionais.

O encontro em Belém reuniu vozes, demandas e forças diversas. Unidos sob o lema “A resposta somos nós”, os povos reafirmaram o chamado por escuta, respeito e soberania popular.

Fonte: G1


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