PMFS do Mato Grosso são responsáveis por 93% da exploração legal no estado, aponta CIPEM

Foto: Lucas Monteiro

Após a divulgação de um estudo do Instituto Centro de Vida (ICV), que aponta que 41% da madeireira extraída em Mato Grosso entre 2014 e 2016, teve origem ilegal, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado (Cipem), reforçou o compromisso do setor com a exploração sustentável. A entidade destaca que dados publicados em fevereiro de 2018 por uma organização não governamental mostram que 93% (262,5 mil hectares) das áreas exploradas legalmente no estado ocorreram a partir de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS).




Confira a publicação completa aqui: https://goo.gl/6oTWY2


“Isso demonstra o compromisso do setor com a exploração sustentável de madeira”, diz Valdinei Bento dos Santos, diretor executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (CIPEM). O estudo diz que após analisar 697 autorizações de exploração florestal vigentes entre 2014 e 2016, foi constatado que 59% da área total de exploração madeireira mapeada foram feitas com autorização válida.

Outro dado que comprova a sustentabilidade do setor no estado é que houve uma redução da proporção da ilegalidade ocorrida entre 2011 e 2013 em relação a 2014 e 2016.

Embora o estudo apresente dados interessantes com relação a legalidade do setor, preocupa por ser pouco confiável com relação a metodologia utilizada para comprovar a ilegalidade. Além de fazer alusões a fatos sem prova científica, o documento confunde exploração florestal com desmatamento e queimadas.

A organização diz ter avaliado a manutenção da cobertura florestal nas áreas exploradas com fins madeireiros através do cruzamento com os dados de desmatamento e de áreas atingidas por incêndios florestais. Contudo, é tecnicamente impossível atribuir à exploração florestal toda a responsabilidade pelas mudanças ocorridas na floresta.

De acordo com o CIPEM, essas falhas não ocorreriam se a organização focasse e apoiasse a sustentabilidade dos processos produtivos dos diversos segmentos, se comparar os dados e melhorar as análises, tendo um resultado mais condizente com a realidade em campo, reforça Santos.

A publicação também questiona a gestão florestal feita pelo governo do Estado. Mas, ao fazer isso, coloca em dúvida a idoneidade do setor, envolvendo-o em questões políticas e não técnicas. “Nos últimos anos, o setor tem contribuído tecnicamente de forma significativa para apoiar a melhoria da gestão e, por isso, não pode ficar vulnerável a disputas políticas ocorridas nessa área sempre que uma informação contraditória é publicada”, cobra Santos. “Sempre mostram o que consideram insuficiente, mas deveriam destacar o que já melhorou, como o esforço do setor em desenvolver a sustentabilidade, comprovado pela diminuição das práticas consideradas em não conformidade com a legislação.”

O CIPEM reforça que a produção de base florestal em Mato Grosso é um setor importante, gerando cerca de noventa mil empregos diretos e indiretos e representando o quarto lugar na economia estadual. Além disso, o manejo florestal sustentável presta importantes serviços ambientais, como sequestro de carbono, que reduz o efeito estufa, e o extrativismo sustentável de produtos não madeireiros mantendo a floresta de pé, que desenvolve outras cadeias socioeconômicas.


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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