PF e Ibama apreendem e destroem dezenas de balsas em operação no rio Madeira contra garimpo ilegal

A Polícia Federal e o Ibama apreenderam e destruiram dezenas de balsas numa operação no rio Madeira contra o garimpo ilegal de ouro. Moradores estão preocupados com o risco de contaminação da água e o impacto na pesca.

Após o anúncio da operação federal de combate ao garimpo ilegal de ouro, das mais de 200 balsas que faziam fileiras no meio do rio, somente cerca de 30 ficaram no local, mas espalhadas e quase todas desligadas.

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Neste sábado (27), dois helicópteros do Ibama decolaram de manaus em direção a região de garimpo no Madeira.A operação junto com a Polícia Federal começou na madrugada. Já houve destruição de balsas e até agora 31 foram apreendidas. Áudios alertando sobre a operação circularam em grupos de garimpeiros.

Os moradores estão preocupados com o impacto na pesca.

“A gente lá no lago a gente escuta aquela zoada toda de máquina, né, e assim, como a gente se sente incomodado o peixe também se sente incomodado”, diz a pescadora Rosana Trindade .

A água que cai da torneira vem direto do rio, mas para família da dona Ilma, a água do rio Madeira deixou de ser uma opção para beber desde que a área em frente à casa dela foi ocupada por garimpeiros, no município de Autazes, a 133 quilômetros de Manaus.

“Através deles estarem aí, os garimpeiros, contaminarem alguma coisa assim. Aí ficou preocupante porque a gente consome, estava tudo aqui em frente, passando. Aí fomos buscar noutro canto”, diz a dona de casa Ilma Silva.

O medo dos moradores é que o mercúrio usado no processo da garimpagem contamine a água do rio Madeira.

Dados da plataforma MapBiomas mostram que a área garimpeira na bacia do rio Madeira aumentou em quase 6 mil hectares de 2007 a 2020. E no ano passado, o número de garimpos de solo detectados na área foi recorde.

“Do ponto de vista ecológico, você tem três problemas principais: remoção da vegetação amazônica nativa; descarte inadequado de metilmercúriono no solo e nos rios, nesmo que seja de superfície, esse mercúrio vai ser carregado até os rios; e você tem a diminuição da biodiversidade”, alerta Cesar Diniz, coordenador do MapBiomas/Mineração.

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O rio Madeira está saindo da vazante, mas o nível da água ainda está muito baixo. Em um ponto do rio uma praia apareceu. E foi exatamente o lugar onde os garimpeiros decidiram ficar. Segundo especialistas, o rio mais seco é o caminho mais fácil para chegar ao cascalho aurífero que fica no fundo do rio.

“O garimpo na região do rio Madeira está fora de controle e isso dificulta gigantescamente inclusive controlar os impactos que essa atividade gera. São impactos extremamente nocivos à saúde humana e impactos sobre o meio ambiente. O que nós hoje presenciamos é que o estado não tem qualquer controle sobre o garimpo no rio Madeira”, diz Danicley de Aguiar, ativista do Greenpeace.

Fonte: G1


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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