Pesquisadores descobrem árvore ‘Imortal’

A espécie é considerada um fóssil vivo: existe há 200 milhões de anos e sobreviveu à radiação de explosões atômicas no Japão

A árvore Ginkgo Biloba existe há 200 milhões de anos (Foto: Wikimedia Commons)
A árvore Ginkgo Biloba, natural da China, foi “descoberta” em 1690
pelo médico alemão Engelbert Kaempfer. Mas ela só despertou o interesse
de outros pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial, porque sobreviveu à radiação de Hiroshima e Nagasaki.
Depois
de alguns estudos, cientistas constataram que a árvore existe desde o
tempo dos dinossauros, 200 milhões de anos atrás, e por isso pode ser
considerada um fóssil vivo. Mesmo assim, permaneceu o mistério: como a
espécie conseguiu sobreviver por tanto tempo?

Parece que estamos perto de uma resposta graças a um novo estudo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
O professor Richard Dixon, da Universidade do Norte do Texas, nos
Estados Unidos, coletou amostras de árvores Ginkgo Biloba com idades
entre 15 e 667 anos e observou que elas mudaram pouco entre os séculos 1
e 7: a área foliar, a eficiência fotossintética e as taxas de
germinação das sementes não foram alteradas pelo tempo.
Já ao
analisar os anéis de crescimento, presentes no tronco da árvore, Li
Wang, biólogo molecular de plantas da Universidade de Yangzhou, na
China, junto a outros outros pesquisadores, descobriu que o crescimento
dessa espécie não diminuiu após centenas de anos – na verdade, elas
passaram a crescer até mais rápido em alguns momentos dos últimos
séculos.
Para
desvendar mecanismos genéticos, o time de pesquisadores comparou a
expressão gênica nas folhas e no câmbio, uma fina camada de
células-tronco entre a madeira interna e a casca externa. Como era de se
esperar, os resultados mostraram que genes associados à senescência
aumentaram nas folhas que morrem. Porém quando os pesquisadores
examinaram a expressão desses mesmos genes no câmbio, eles não
encontraram diferença entre árvores jovens e velhas. Isso sugere que,
embora órgãos como folhas pereçam, é improvável que as próprias árvores
morram com a velhice.
Os pesquisadores também examinaram genes relacionados à resistência a
patógenos e à produção de compostos antimicrobianos protetores chamados
flavonoides, e não encontraram diferenças na expressão gênica para
árvores de diferentes idades, sugerindo que elas não perdem sua capacidade de se defender contra eventuais ameaças ao
longo dos anos. Sendo assim, os experts constataram que a maioria das
Ginkgo Biloba morrem por “acidentes” como pragas ou grandes secas.

Fonte: Galileu


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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