Um irrigador automático que não usa eletricidade e ainda pode ser feito
com materiais usados. Essa criação rústica e eficaz de um pesquisador da
Embrapa poderá ajudar de pequenos produtores a jardineiros amadores a manter
seus canteiros irrigados automaticamente pelo método de gotejamento.
com materiais usados. Essa criação rústica e eficaz de um pesquisador da
Embrapa poderá ajudar de pequenos produtores a jardineiros amadores a manter
seus canteiros irrigados automaticamente pelo método de gotejamento.
Desenvolvido
pelo físico Washington Luiz de Barros Melo, pesquisador da Embrapa
Instrumentação (SP), o equipamento é baseado em um princípio simples da
termodinâmica: o ar se expande quando aquecido. Melo se valeu dessa propriedade
para utilizar o ar como uma bomba que pressiona a água para a irrigação.
Uma
garrafa de material rígido pintada de preto é emborcada sobre outra garrafa que
contém água. Quando o sol incide sobre a garrafa escura, o calor aquece o ar em
seu interior que, ao se expandir, empurra a água do recipiente de baixo e a
expulsa por uma mangueira fina para gotejar na plantação.
“Funciona
tão bem que se você sombrear a garrafa, o gotejamento para, e, ao deixar o sol
bater novamente, a água volta a gotejar“, afirma o pesquisador que apresentou sua invenção na 67ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), de 12 a 18 de julho na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São
Paulo.
Fazem
parte do invento outros dois depósitos de água: uma garrafa rígida também emborcada
que desempenha a função de caixa d’água para manter abastecida a garrafa do
gotejamento, e um recipiente maior conectado à garrafa-caixa-d’água que
armazena um volume maior de água que será usado por todo o sistema
“Os
tubos que interligam as garrafas podem ser de equipos de soro hospitalar, por
exemplo, mas já utilizei até capas de fios elétricos, retirei os fios de cobre
de dentro e funcionou também” conta o pesquisador.
Ele
explica que o maior desafio para quem for fazer o equipamento em casa é a
vedação. Para o funcionamento do sistema é necessário que as três primeiras
garrafas estejam fechadas hermeticamente. “Isso pode ser obtido com
adesivos plásticos, do tipo Araldite, mas exige uma aplicação minuciosa“,
ensina.
Também
compõe o sistema um distribuidor que pode ser construído com garrafa pet e do
qual saem as tubulações que farão a irrigação.
Econômico e ecológico
As
vantagens do irrigador caseiro são várias, conforme enumera Melo. Trata-se de
um sistema automático sem fotocélulas e que não demanda eletricidade, pois
depende somente da luz solar, tornando sua operação extremamente econômica. Ele
promove igualmente uma economia de água, pois utiliza o método de gotejamento
para irrigar, o que evita o desperdício do recurso.
“Além
disso, é possível construí-lo com objetos que seriam jogados no lixo, como
garrafas e recipientes de plástico, metal ou vidro“, lembra o especialista.
A
versatilidade do equipamento também é grande. A intensidade do gotejamento pode
ser regulada por meio da altura do gotejador e o produtor pode colocar
nutrientes ou outros insumos na água do reservatório para otimizar a irrigação.
4 – reservatório de água; 5 – equalização de
pressão atmosférica; 6 – conexão; 7 – tubo de sucção; 8 – recipiente de
transposição de água – sifão fonte; 9 – válvula; 10 – tubo de passagem; 11 –
bomba solar – recipiente com ar; 12 – tubo de descompressão; 13 – conexão; 14 –
recipiente do gotejador; 15 – sifão inverso; 16 – válvula de saída; 17 – gotas;
18 – suporte.
pressão atmosférica; 6 – conexão; 7 – tubo de sucção; 8 – recipiente de
transposição de água – sifão fonte; 9 – válvula; 10 – tubo de passagem; 11 –
bomba solar – recipiente com ar; 12 – tubo de descompressão; 13 – conexão; 14 –
recipiente do gotejador; 15 – sifão inverso; 16 – válvula de saída; 17 – gotas;
18 – suporte.
Quanto o Sol ilumina a bomba solar 11, a
temperatura interna aumenta. O ar interno se expande e força a passagem pelo
tubo 12; a pressão do ar sobre o líquido no recipiente 14 impulsiona-o a sair
pelos tubos 10 e 15.
temperatura interna aumenta. O ar interno se expande e força a passagem pelo
tubo 12; a pressão do ar sobre o líquido no recipiente 14 impulsiona-o a sair
pelos tubos 10 e 15.
A água sai pelo tubo 15 por gotejamento. A pressão interna do recipiente
14 diminui. Nisso, a água no recipiente 8 passa para o recipiente 14 para
suprir a água perdida. Mas um pequeno vácuo no recipiente 8 é gerado. Este
vácuo provoca a sucção da água que se encontra no reservatório 4.
Quando se
encerra a iluminação, a bomba solar 11 tende a esfriar, diminuindo ainda mais a
pressão interna do recipiente 14, isto provoca um aumento do vácuo no
recipiente 8, que aumenta a sucção da água do reservatório 4.
Este
processo continua até o recipiente 14 completar totalmente o seu volume de água.
14 diminui. Nisso, a água no recipiente 8 passa para o recipiente 14 para
suprir a água perdida. Mas um pequeno vácuo no recipiente 8 é gerado. Este
vácuo provoca a sucção da água que se encontra no reservatório 4.
Quando se
encerra a iluminação, a bomba solar 11 tende a esfriar, diminuindo ainda mais a
pressão interna do recipiente 14, isto provoca um aumento do vácuo no
recipiente 8, que aumenta a sucção da água do reservatório 4.
Este
processo continua até o recipiente 14 completar totalmente o seu volume de água.
Fonte: www.embrapa.br
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