Um possível novo parque para proteção das Árvores Gigantes da Amazônia

Durante o período de 15 a 29 de maio, ocorreu a oitava expedição do Projeto Árvores Gigantes da Amazônia. Esta nova etapa buscou levantar dados sobre os meios físico e biológico na área de concentração das árvores gigantes, com o objetivo de transformar parcialmente a unidade de uso sustentável, localizada na Floresta Estadual do Paru (Flota-Paru), em uma área de Conservação de Proteção Integral.

Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes
Representante do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-BIO)

A proposta de criação da nova unidade de conservação, que se chamará Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes, está sendo coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e de Biodiversidade (IDEFLOR-BIO), através da unidade de gestão da biodiversidade. Esta iniciativa faz parte de um termo de cooperação técnica com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e o Andes Amazon Fund.

A coordenação da expedição e do projeto das árvores gigantes está a cargo do professor Diego Armando Silva da Silva, do Instituto Federal do Amapá, Campus Laranjal do Jari, em parceria com a Cooperativa de Turismo e Pesca Esportiva do Vale do Jari (COOPETUR), o Instituto Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Laranjal do Jari (IMAPA) e a Comunidade São Francisco do Iratapuru.

Pesquisadores (as) do Estado do Amapá e Pará embaixo da árvore gigante de 73 metros de altura que encontra-se na Florestal do Paru, PA.
Pesquisadores (as) do Estado do Amapá e Pará embaixo da árvore gigante de 73 metros de altura que encontra-se na Florestal do Paru, PA.

O planejamento inicial da expedição era chegar até a maior árvore já registrada na Amazônia, um angelim vermelho de 88,5 metros de altura. No entanto, devido à dificuldade de acesso pelo Rio Jari e a presença de um afloramento rochoso conhecido como Cachoeira do Urucupatá, não foi possível alcançar o destino inicial devido à força das águas na cachoeira.

Corredeira conhecida pelos comunitários como urucupatá, com aumento do nível da água, não foi possível passar pelo local, pois apresentava perigo iminente de acidente.
Corredeira conhecida pelos comunitários como urucupatá, com aumento do nível da água, não foi possível passar pelo local, pois apresentava perigo iminente de acidente.

A equipe da expedição aguardou quatro dias na tentativa de que o nível da água do rio baixasse. Paralelamente, os pesquisadores adentraram a floresta, onde os angelins vermelhos dominam o dossel, e iniciaram a coleta de dados físicos e biológicos.

Copa dos Angelins vermelhos dominando o dossel da floresta ao longo do percurso.
Copa dos Angelins vermelhos dominando o dossel da floresta ao longo do percurso.

Percorrendo a exuberante floresta, a equipe descobriu um novo santuário de árvores gigantes, com vários angelins vermelhos estimados entre 60 e 73 metros de altura. Nesse novo santuário, os pesquisadores dos estados do Amapá e Pará realizaram estudos de inventário florestal, solo, fauna, biomassa e carbono. Esses estudos são essenciais para subsidiar a criação da unidade de conservação e preencher lacunas científicas sobre o gigantismo dessas árvores na região, além de compreender a importância desses seres monumentais para a humanidade.

Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes
Equipe embaixo do maior Angelim Vermelho registrado na expedição uma Dinizia Excelsa de 73 de metros de altura e 9,5 metros de circunferência, que encontra-se na Florestal Estadual do Paru, PA

Um destaque especial desta expedição foi a pesquisa sobre a fauna local, com foco em estudos de ictiofauna e de pequenos e grandes mamíferos.

Pesquisadora Dra. Camila Anjos (à esquerda) fazendo a seleção e armazenamento da coleta de peixe coletados. Família de Mutuns (Crax blumenbachii) registrado pela câmera Trap (à esquerda) instalada pela pesquisadora doutoranda Dayse Ferreira.
Pesquisadora Dra. Camila Anjos (à esquerda) fazendo a seleção e armazenamento da coleta de peixe coletados. Família de Mutuns (Crax blumenbachii) registrado pela câmera Trap (à esquerda) instalada pela pesquisadora doutoranda Dayse Ferreira.

 

 


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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