Párem as máquinas! Pau-Brasil mudou de nome científico

A árvore-símbolo do Brasil, que foi a responsável pelo País ter o nome que tem, acaba de passar por uma reavaliação genética que lhe rendeu um novo nome científico.

Tronco de Pau-Brasil serrado mostrando o seu cerne com cor 
característica. Foto: Haroldo Cavalcante de Lima

Um estudo que comparou sequências de DNA do pau-brasil com as de 200 outras plantas geneticamente próximas também provenientes dos trópicos revelou que a árvore brasileira representa uma distinta e única linhagem evolucionária, o que lhe conferiu o direito de ter um gênero próprio: Paubrasilia. Espécie: Paubrasilia echinata. 

Antes dessa diferenciação, o pau-brasil era considerado uma espécie do gênero Caesalpinia – o mesmo ao qual pertecem as 200 árvores analisadas.


A descrição do novo gênero foi publicada nesta semana na revista científica Phytokeys por um grupo internacional de pesquisadores coordenado por Edeline Gagnon, da Universidade de Montreal (Canadá), e que contou com os brasileiros Haroldo Cavalcante de Lima, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e Luciano Paganucci de Queiroz, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

FLORES muito aromáticas, sustentam-se como em um cacho, sobre um eixo alongado. Possuem4 pétalas amarelas e uma menor, vermelha.

FLORAÇÃO  durante todo o mês de outubro.  A maturação dos frutos ocorre rapidamente, entre os meses de novembro e janeiro.

FRUTO seco, em forma de vagem, coberto por longos e afiados espinhos, dotado de 1-5 sementes e com uma média de 7 cm de comprimento.  A fruta verde, torna-se marrom quando madura e se abre espontaneamente por meio de torção.

FOLHAS bipinadas, de cuja haste central, de 10-15 cm de comprimento, surge um conjunto de 5 a 6 pares de folhas pinadas, que se estendem em hastes periféricas de 8 a 14 cm de comprimento. Cada uma dessas hastes, por sua vez, conta com 6 a 10 pares de folhas de 1-2 cm de comprimento cada.

No século 16, quando os portugueses chegaram por aqui, a árvore era bastante comum ao longo da costa brasileira, o que fez com que os comerciantes atrás de riquezas naturais apelidassem o País de “Terra do Brasil”. Sua seiva vermelha logo chamou a atenção da indústria têxtil, o que fez com que a árvore fosse cortada intensamente até quase a extinção. O denso tronco também ainda é bastante procurado, a um alto preço, para a manufatura de violinos.

No estudo, os autores relatam que eles mesmos testemunharam, durante coletas iniciais de amostras da árvore para a pesquisa, a ocorrência de corte ilegal do pau-brasil.
Os pesquisadores aproveitam a descoberta do novo gênero para chamar a atenção para o frágil estado de conservação não só da espécie, mas de toda a Mata Atlântica, seu bioma de origem, que foi todo intensamente desmatado nos primeiros séculos de colonização do Brasil. Hoje restam somente fragmentos da floresta, que juntos representam cerca de 8% da cobertura original.

Fonte: 1 e 2


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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