Em um momento estratégico e simbólico, às vésperas da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), o Governo do Pará entregou oficialmente, nesta terça-feira (7), o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia. Localizado nos Armazéns 5 e 6 do antigo porto de Belém, dentro do projeto Porto Futuro, o novo espaço é considerado o mais avançado complexo tecnológico em bioeconomia florestal do mundo, consolidando o estado como referência internacional em desenvolvimento sustentável e inovação verde.

O projeto, que integra o Plano Estadual de Bioeconomia, nasce como o maior polo de bioeconomia da América Latina, com 6 mil metros quadrados dedicados à integração entre ciência, tecnologia, empreendedorismo e saberes tradicionais da floresta.
Legado global com raízes amazônicas

Durante a cerimônia de inauguração, o governador do Pará, Helder Barbalho, enfatizou o papel estratégico do Parque como símbolo de uma nova economia para a região.
“O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia é único no mundo. Trata-se de um legado entregue não apenas à nossa população, mas em escala global. Estamos mostrando que é possível conciliar desenvolvimento socioeconômico com preservação ambiental, ao mesmo tempo em que criamos oportunidades de trabalho, fortalecemos os negócios da floresta e damos protagonismo aos povos tradicionais”, afirmou.
Barbalho também destacou o papel do novo espaço como um marco do compromisso do Pará com a construção de uma economia mais verde, inclusiva e sustentável, especialmente em um contexto global de transição ecológica.
Estrutura multifuncional voltada à inovação e à sustentabilidade
O Parque está dividido em dois grandes núcleos:
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Armazém 5 – Centro de Negócios
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Coworkings, incubadoras, aceleradoras e salas de reunião.
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O Centro de Sociobioeconomia, com um Laboratório Vivo – ambiente de cocriação entre comunidades, startups e pesquisadores – e a Escola de Saberes da Floresta, dedicada à formação técnica e valorização do conhecimento tradicional.
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O Centro de Gastronomia Social, voltado para experiências sustentáveis e valorização da cultura alimentar amazônica.
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Armazém 6 – Centro de Inovação
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Um Laboratório-Fábrica de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com estrutura para produção experimental de alimentos, cosméticos e químicos finos a partir de insumos florestais.
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Gestão de P&D, showroom de tecnologias verdes e vitrines para investidores e parceiros.
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Segundo Raul Protázio Romão, secretário titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o espaço vai muito além de um centro de tecnologia:
“A criação deste Parque representa um marco na política ambiental e econômica do Pará. Aqui reunimos ciência, tecnologia, inovação e saberes tradicionais para transformar e escalar a biodiversidade amazônica em soluções sustentáveis. Nossa prioridade é garantir que esse espaço seja um ponto de encontro entre comunidades, pesquisadores, investidores e empreendedores, para gerar renda, fortalecer a conservação e posicionar o Pará como referência internacional em bioeconomia.”
Um novo capítulo para os negócios sustentáveis

A inauguração também reuniu representantes do setor privado, organizações sociais e lideranças comunitárias. Um dos destaques foi a fala de Paulo Monteiro dos Reis, presidente da Associação Brasileira de Bioeconomia (Assobio), que celebrou o impacto do Parque para o fortalecimento dos negócios sustentáveis na região:
“A cada negócio que, há pouco tempo, queria criar um produto novo, o investidor teria que colocar a mão no bolso, investir alguns milhões para que cada um tivesse sua própria fábrica, seus equipamentos e ainda correr o risco de, talvez, dar errado e ter que inventar uma nova utilidade para esses equipamentos.
Agora, a gente consegue vir aqui, fazer um teste em poucos dias, testar o mercado — e isso dá muita agilidade para a nossa bioeconomia.
E isso é fundamental para colocar a bioeconomia na nossa história daqui pra frente.”
Parcerias estratégicas e investimento robusto
O Parque é fruto de uma parceria entre o Governo do Pará e a mineradora Vale, por meio do programa Estrutura Pará. O investimento total foi de aproximadamente R$ 300 milhões. Empresas como Natura, Ambipar e o Fundo Vale também são patrocinadoras do projeto.
Para Hugo Barreto, diretor-presidente do Fundo Vale e do Instituto Cultural Vale, a entrega do Parque marca um novo ciclo de compromissos reais com a região amazônica:
“A entrega do Parque de Bioeconomia em Belém, no ano da COP30, é um marco. A Vale atua há 40 anos na Amazônia e tem um compromisso legítimo com a região de contribuir com a proteção da floresta e o desenvolvimento socioeconômico local. Esta parceria reafirma nosso entendimento de que o fortalecimento da bioeconomia é o caminho para manter a floresta em pé e gerar renda para as comunidades, por meio da pesquisa, inovação e respeito aos povos que vivem na floresta.”
Expectativa para a COP30
A inauguração do Parque ocorre em um momento crucial, com Belém prestes a sediar a COP30, um dos maiores eventos ambientais do planeta. A entrega do novo espaço reforça a imagem do Pará como protagonista na agenda ambiental global, com iniciativas concretas voltadas à conservação da floresta e ao desenvolvimento socioeconômico da Amazônia.
Com o Parque de Bioeconomia e Inovação, o Pará dá um passo estratégico rumo à consolidação de uma economia verde, baseada na valorização da biodiversidade, no conhecimento tradicional e na inovação tecnológica.
Fonte: Agência Pará / g1
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