Pantanal pode ter a pior seca da história no ano de 2024

O monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) na Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, desempenha um papel crucial ao fornecer informações essenciais para embasar medidas visando mitigar os impactos da estiagem severa prevista para afetar a região este ano. Durante a primeira reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, o pesquisador Marcus Suassuna apresentou dados alarmantes, alertando para a iminência de uma das secas mais graves da história, devido aos níveis abaixo do esperado e às chuvas previstas para os próximos meses.

Pantanal pode ter a pior seca da história no ano de 2024
Pantanal, a maior planície alagável do mundo, pode enfrentar seca severa neste ano (Foto: Gustavo Figueroa/SOS Pantanal)

“Desde o início da estação chuvosa, em outubro, temos observado um déficit de precipitação na Bacia do Rio Paraguai. Apenas cerca de 660 mm foram registrados, enquanto esperávamos 940 mm. Em abril, houve um aumento de 20 mm em relação à média, o que foi positivo. No entanto, esse incremento não compensa o déficit acumulado desde outubro, e os níveis dos rios permanecem abaixo da média”, explicou Suassuna.

As projeções indicam que, caso as chuvas nos próximos meses se mantenham dentro da média (160 mm), 2024 pode testemunhar uma situação semelhante a 2020, quando o Rio Paraguai atingiu -32 cm em Ladário, estação de referência com a série histórica mais extensa. Contudo, se as chuvas ficarem abaixo da média, a situação pode se agravar, comparando-se ao ano de 2021, alertou o pesquisador. As projeções do SGB sugerem que a cota mínima anual pode ser atingida em outubro, com valores negativos.

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“Em um cenário de chuvas abaixo da normalidade, podemos nos deparar com algo semelhante ao ocorrido em 1964, 1971 ou 2021, que foram os anos das piores secas registradas. Em 2021, o Rio em Ladário atingiu -61 cm, o que representou uma situação extremamente desafiadora, com restrições à navegação e dificuldades no escoamento da produção”, acrescentou o pesquisador. Os baixos níveis de água também acarretam problemas no abastecimento e na geração de energia, além de impactarem o ecossistema e aumentarem os riscos de incêndios.

Situação no Pantanal

Os dados disponibilizados em um boletim extraordinário do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai revelam que o nível em Ladário (MS), estação de referência, estava em 1,44, muito aquém da média histórica de 3,66 m. Em Porto Murtinho (MS), a cota registrada foi de 2,28 m, enquanto o esperado era 4,75 m.

Na parte sul da bacia, no município de Miranda (MS), o último registro foi de 1,42 m, ante uma média de 2,85 m. Em Aquidauana (MS), a marca atual é de 2,01 m, enquanto a média é de 3,12 m.

Fonte: Serviço Geológico do Brasil


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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