O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou, a Operação Feira Virtual, com o objetivo de combater o tráfico de animais silvestres e a venda de artesanatos feitos com partes de espécies nativas, como penas e dentes.
A ação se concentrou em plataformas digitais e grupos de aplicativos de mensagem, onde atividades ilegais de comercialização têm se proliferado. Em Brasília (DF), agentes do Ibama apreenderam cocares e peças feitas com penas de aves silvestres em uma feira turística. Esses itens estavam sendo vendidos ilegalmente, e o responsável foi multado em R$ 23 mil. Operações similares ocorreram em Pernambuco e Bahia, onde, neste último, um homem foi flagrado com 20 pássaros em cativeiro em sua casa, prontos para serem vendidos. O infrator foi multado em R$ 29 mil e autuado por crime ambiental, admitindo que os animais foram capturados da natureza com armadilhas feitas por ele.
A equipe de Fiscalização e Inteligência do Ibama está monitorando as redes sociais e aplicativos de conversa para identificar anúncios de venda ilegal de fauna silvestre. Em um dos anúncios, uma cobra estava sendo vendida por R$ 50, enquanto três filhotes de sabiá eram oferecidos por R$ 70. Outros casos incluem corujas por R$ 150 e filhotes de macaco-prego, uma espécie frequentemente traficada.
Os animais resgatados durante a operação foram encaminhados para os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passarão por avaliação de saúde e comportamento. O objetivo é que, após reabilitação, aqueles que estiverem aptos possam retornar à natureza, contribuindo para a preservação das espécies e o equilíbrio dos ecossistemas. Nos últimos cinco anos, os Cetas já receberam mais de 116 mil animais apreendidos, sendo 23.628 somente em 2023 e 14.006 em 2024, até o momento.
O tráfico de animais silvestres é uma das maiores ameaças à biodiversidade no Brasil. Além de causar sofrimento e morte aos animais capturados, essa prática prejudica diretamente os biomas do país. A retirada de espécies da natureza interfere nos ecossistemas, desequilibrando cadeias alimentares e contribuindo para o desaparecimento de espécies, algumas das quais já estão ameaçadas de extinção. A introdução desses animais em ambientes urbanos ou a comercialização internacional também pode espalhar doenças, colocando em risco a fauna e a saúde pública.
Bruno Ramos, chefe substituto do Núcleo de Fiscalização da Fauna (Nufau) do Ibama, reforça que a população pode ajudar no combate a esse crime: “A primeira coisa que você pode fazer é não comprar animais silvestres. Além disso, é essencial não divulgar anúncios e conteúdos que incentivem esse tipo de comércio e denunciar esses crimes às autoridades competentes”.
Portanto, é fundamental que a sociedade entenda os riscos que o tráfico de fauna silvestre representa para os biomas brasileiros. A perda de biodiversidade, o desequilíbrio ecológico e a propagação de doenças são apenas alguns dos perigos associados a essa atividade criminosa, que ameaça tanto o meio ambiente quanto a saúde humana.
Fonte: Ibama.
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