COP29: Veja tudo que rolou até agora. As polêmicas, a participação do Brasil e as metas para a COP30

A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29), realizada em Baku, Azerbaijão, tem sido palco de debates intensos e decisões cruciais para o futuro climático global. Entre os temas centrais estão o financiamento climático, a transição energética e a regulamentação do mercado de carbono. O Brasil, como um dos protagonistas, apresentou novas metas e enfrentou críticas sobre sua ambição climática.

O que é a COP?

A Conferência das Partes (COP) é o principal fórum internacional para discutir e negociar ações contra as mudanças climáticas. Desde 1995, reúne representantes de países, ONGs, empresas, ativistas e cientistas para formular estratégias e acordos que moldam a agenda climática global, como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris.

Principais Temas da COP29

Nesta edição, o financiamento climático é o foco principal, com discussões sobre a definição de uma nova meta global que substitua o compromisso anterior de US$ 100 bilhões anuais. Além disso, a transição energética, visando à redução do uso de combustíveis fósseis, e a implementação de mecanismos de mercado de carbono para incentivar a redução de emissões estão em destaque.

Por que Baku?

Baku, capital do Azerbaijão, foi escolhida para sediar a COP29 devido à sua posição estratégica entre a Europa e a Ásia e seu papel significativo no setor energético global. A escolha visa destacar a importância da transição energética em países produtores de petróleo e gás.

TRABALHADOR CAMINHA PERTO DO ESTÁDIO OLÍMPICO DE BAKU, LOCAL DA COP29, EM BAKU, NO AZERBAIJÃO FOTO: AZIZ KARIMOV/REUTERS - 18.OUT.2024
TRABALHADOR CAMINHA PERTO DO ESTÁDIO OLÍMPICO DE BAKU, LOCAL DA COP29, EM BAKU, NO AZERBAIJÃO FOTO: AZIZ KARIMOV/REUTERS – 18.OUT.2024

Participação do Brasil na COP29

O Brasil reafirmou seu compromisso com a ação climática global ao anunciar uma nova meta de redução de emissões de gases de efeito estufa, visando uma diminuição de 59% a 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005. Essa iniciativa alinha-se ao objetivo global de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C e alcançar a neutralidade climática até 2050.

Marina Silva e Geraldo Alckmin durante a COP29 (Crédito: Fernando Donasci/ MMA)
Marina Silva e Geraldo Alckmin durante a COP29 (Crédito: Fernando Donasci/ MMA)

 

Além disso, o Brasil destacou a importância de fortalecer a cooperação internacional e aumentar a ambição dos países em seus próximos compromissos climáticos, previstos para 2025. Esses esforços serão fundamentais para a preparação da COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, consolidando a liderança brasileira na agenda climática global.

Declarações de Marina Silva e Geraldo Alckmin

Durante a COP29, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou a necessidade de ações concretas: “Não há mais espaço para negacionismo climático, especialmente de líderes que deveriam estar promovendo a agenda ambiental.” Ela também destacou a importância do uso responsável dos recursos naturais, afirmando que “os recursos energéticos que Deus nos deu devem ser usados de forma responsável e sustentável” para garantir um futuro equilibrado.

Vice-presidente Geraldo Alckmin discursa na plenária dos líderes da COP29 • Reprodução/Reuters
Vice-presidente Geraldo Alckmin discursa na plenária dos líderes da COP29 • Reprodução/Reuters

 

O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou o compromisso do Brasil com metas climáticas ambiciosas: “Estamos determinados a cumprir nossos compromissos com rigor, buscando uma redução significativa nas emissões e trabalhando para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.”

Metas Climáticas do Brasil na COP29: Ambição Insuficiente?

Apesar das novas metas apresentadas, especialistas e organizações ambientais argumentam que o Brasil poderia adotar compromissos mais ousados, considerando seu potencial e a necessidade urgente de ações efetivas para conter o aquecimento global.

Regulamentação do Mercado de Carbono: Um Desafio em Aberto

Outro ponto de crítica é a ausência de uma regulamentação efetiva do mercado de carbono no Brasil. A votação no Senado sobre o tema foi adiada, frustrando os planos do governo de chegar à COP29 com essa questão resolvida. A falta de um marco regulatório impede que o país aproveite plenamente as oportunidades econômicas e ambientais associadas ao mercado de carbono, além de comprometer seu compromisso com as metas climáticas internacionais.

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Desafios para Belém como Sede da COP30

Com a confirmação de Belém, no Pará, como sede da COP30 em 2025, surgem desafios logísticos e estruturais significativos. A cidade precisará investir em infraestrutura para receber cerca de 60 mil participantes, incluindo chefes de Estado, diplomatas e ativistas. Durante a Cúpula da Amazônia, realizada em agosto de 2023, Belém enfrentou escassez de acomodações e aumento nos preços, evidenciando a necessidade de expansão da capacidade hoteleira. Alternativas como o uso de navios de cruzeiro como hotéis flutuantes e a hospedagem em ilhas próximas estão sendo consideradas.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Governador Helder Barbalho - Foto: Diário do Pará
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Governador Helder Barbalho – Foto: Diário do Pará

Além disso, a segurança é uma preocupação central, e o governo federal, em parceria com as autoridades locais, está desenvolvendo um plano abrangente para garantir a integridade dos participantes e da população local durante o evento.

A sustentabilidade também é um foco importante. As obras de infraestrutura estão sendo planejadas para deixar um legado positivo para a cidade, com foco em melhorias que beneficiem os moradores de Belém a longo prazo.

Com pouco mais de um ano até a COP30, o Brasil demonstra empenho em superar os desafios e preparar Belém para sediar este evento de magnitude global. Os investimentos em infraestrutura, segurança e sustentabilidade serão cruciais para o sucesso da conferência e para consolidar o papel do país na liderança da agenda climática internacional.

Fontes: ISTOÉ / CNN


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