O mundo tem três trilhões de árvores,e perde 10 bilhões por ano

Um estudo da Universidade
de Yale
, publicado pela revista
científica
 Nature, calcula que o
número de árvores no mundo passa de três trilhões. Isso significa que há 420
árvores para cada habitante do planeta. Trata-se de um total que supera em oito
vezes a medição anterior, de 400 bilhões de espécimes.
A nova contagem foi coordenada pela equipe de
Thomas Crowther, usando desde análises topográficas a análises de fotos de
satélite. Este cálculo mais “refinado” servirá de base para uma gama de
pesquisas, estudos sobre biodiversidade a modelos de mudanças climáticas – isso
porque árvores têm papel fundamental na remoção do dióxido de carbono da
atmosfera.
Não se trata de boas ou má notícias que chegamos a esse número.
Estamos simplesmente descrevendo o estado do sistema global florestal em
números que as pessoas entendam e que cientistas e responsáveis por políticas
ambientais possam usar
”.
Apesar do uso de alta tecnologia, um ponto crucial do estudo de Yale foi
o uso de medições locais. O time de Crowther coletou dados sobre densidade
arbórea em mais de 400 mil áreas florestais ao redor do mundo. Isso ajudou a
compensar as limitações das análises por satélite, cujas fotos são boas para
mostrar as extensões de florestas, mas que não são muito úteis para revelar
números individuais de espécimes. 
 
Dos três trilhões de árvores do mundo, os cientistas estimam que 1,39
trilhão esteja em regiões tropicais, como a Amazônia, ou subtropicais. Cerca de
0,61 trilhão estariam em locais de clima temperado e 0,74 trilhão nas florestas
boreais – os imensos grupos de coníferas que circulam o globo logo abaixo do
Polo Norte.
E é justamente nessas regiões em que foram encontradas as maiores
densidades florestal. 
Efeito humano
Mas o que ficou evidente durante o estudo foi a dimensão da influência
humana sobre o número de árvores no planeta. A equipe de Yale estima que,
enquanto 15 bilhões de árvores são removidas por ano, apenas cinco bilhões são
plantadas.
Estamos falando de 0,3% de perda global anual”, explica um dos
coautores do estudo, Henry Glick.
Não é uma quantia insignificante e deveria levar a uma reflexão
sobre o papel do desflorestamento nas mudanças em ecossistemas. Sem falar que
essas perdas de árvores estão ligadas à exploração madeireira e à atividade
agrícola. Com o crescimento da população mundial poderemos ver essas perdas
aumentarem
”.
Glick exemplifica essa ameaça com a estimativa de que, desde a última
Era do Gelo, há 11 mil anos, o homem pode ter removido mais de três trilhões de
árvores.
“A Europa antigamente era coberta por uma floresta gigante e agora é
praticamente campos e pastos. O homem controla as densidades arbóreas”, afirma
Thomas Crowther.

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