Mogno Africano é um bom investimento para 2022?

O mogno africano apresenta um potencial inédito e crescente no Brasil. Por sua qualidade e ótimo crescimento tem atraído muitos produtores florestais, principalmente nas savanas de Roraima e no cerrado de Minas Gerais.

O mogno africano pertence à mesma família e também é o principal substituto do mogno brasileiro, que possui plantio e corte limitados por estar na lista de espécies ameaçadas. Atualmente, o corte da árvore natural do Brasil é limitado e pode ser realizado apenas por algumas empresas com certificação e plano de manejo.

O plantio do mogno africano apresenta grande potencial para suprir a demanda crescente por madeira nobre, tendo a vantagem de não sofrer restrições de corte e alcançar boa produtividade. O ciclo de cultivo da espécie leva aproximadamente entre 15 a 20 anos, um período breve se comparado a outras espécies de madeira nobre.

O mogno africano é ideal para quem busca diversificar seus investimentos. As espécies de mogno africano (Khaya spp.),  produzem uma madeira nobre bastante apreciada no mercado europeu e norte americano. O cultivo dessas espécies tropicais tem conquistado cada vez mais as paisagens brasileiras devido a alta rentabilidade e facilidade de manejo.

Expansão do Mogno Africano no Brasil

No Brasil, os primeiros plantios de mogno africano foram introduzidos na região Norte no ano de 1976 e têm crescido de forma significativa nos últimos anos. Atualmente já existem aproximadamente 40.000 hectares plantados de espécies do gênero Khaya, com idades que variam entre 0 e 40 anos.

Contudo, apesar da expansão de hectares, não há preocupação em relação ao excesso de oferta no mercado, tendo em vista a grande variabilidade de idade dos plantios e o próprio fenômeno denominado apagão florestal. Este fenômeno consiste no déficit na oferta de madeira nobre, consequente das legislações cada vez mais restritivas sobre a extração de florestas naturais, somado ao aumento de demanda esperada nos próximos anos. Por conta disso, o cultivo do mogno africano é uma alternativa muito viável para plantios de reflorestamento, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

A madeira produzida por estas árvores é utilizada para diversos fins comerciais devido a sua singularidade, propriedades físicas e à apreciada beleza de seu tom avermelhado. Usos mais comuns:

  • Construção civil: pisos, painéis, molduras de janelas, portas e escadas, construções leves;
  • Construção naval: construção de navios e embarcações;
  • Marcenaria: móveis e compensados;
  • Design: instrumentos musicais e esportivos, brinquedos, instrumentos de precisão, acessórios de luxo (anéis, óculos), acabamentos de automóveis, adornos e esculturas.

Investimento e Manejo

Embora seja uma espécie de ciclo longo, o cultivo do mogno africano é descomplicado e pode trazer alto rendimento. Além disso, por ser uma espécie exótica e cultivada, sua madeira pode ser cortada sem a necessidade de prévia autorização. O principal desafio ainda é o financiamento para o investimento inicial, pois ainda não existem linhas de crédito específicas nos bancos para esse cultivo.

Quanto ao manejo da floresta, para se obter madeira de qualidade e em diâmetros elevados para serraria, é recomendado analisar a aptidão da área para verificar a viabilidade econômica e florestal do local. Através deste estudo, é possível identificar se a propriedade atende aos pré-requisitos da espécie e se há recursos suficientes para obter o máximo do potencial produtivo da floresta e consequentemente sua lucratividade.

Após o estudo de aptidão e análise de solo, é necessário fazer as devidas correções nutricionais e prepará-lo para que o plantio seja realizado no espaçamento adequado, tendo como base os objetivos estabelecidos no plano econômico do projeto. É preciso também planejar a execução de operações principais, denominadas tratos silviculturais, que são o desbaste e o corte raso.

Os desbastes são cortes parciais em que apenas algumas árvores são retiradas da floresta. O objetivo é reduzir a competição por nutrientes, água e luminosidade, estimulando o melhor crescimento das árvores remanescentes para que produzam madeira de melhor qualidade.

Já o corte raso é a operação final de retirada das árvores, ou seja, a floresta remanescente é completamente cortada, encerrando o ciclo. Esse corte total é mais utilizado em plantios monoculturais e extensivos, onde todas as árvores possuem a mesma idade de maturação.

Nos plantios de mogno africano podem ocorrer desbastes intermediários entre o 3° e 4° ano, outro entre o 8° e 10° ano e mais um entre 12° e 13° ano, a depender do espaçamento entre as árvores. Por fim, o corte raso da floresta pode ser executado a partir dos 15 anos de idade. Cada um desses cortes irão proporcionar madeiras diferentes em relação ao diâmetro e qualidade (proporção de cerne e alburno). A madeira da qual se obtém maior valor comercial é a do corte raso (a partir do 15° ano), isso porque o cerne da madeira já está formado.

Espaçamento

No cultivo do mogno africano, existem três possibilidades de espaçamentos que são mais utilizados e recomendados para o plantio:

1 – Espaçamento menor, ou seja, mais adensado, normalmente de 3 x 2 metros a 4 x 4 metros, que garante um fechamento de copa mais rápido. São necessários cortes seletivos de desbaste à medida que as plantas entram em competição. O momento e o número de desbastes dependerá da evolução da floresta.

2 – Espaçamento intermediário, normalmente de 3 x 6 metros a 6 x 6 metros, resultará em um fechamento de copa não tão precoce como nos plantios mais adensados e demandará um ou dois cortes seletivos de desbaste antes do corte final.

3 – Espaçamento maior, normalmente acima de 8 X 8, podendo chegar a 10 x 10 ou 12 x 12. Nesse caso, normalmente não é necessário realizar operações de desbaste, sendo indicado para obtenção de maior aproveitamento industrial da madeira no final do ciclo.

Vantagens e Retorno Financeiro

As características biológicas do mogno africano estão entre suas principais vantagens. O tronco (fuste) mais retilíneo auxilia no maior aproveitamento da conversão da madeira em tora para a serrada, fazendo com que o índice de perda da madeira seja menor. Essa planta ainda apresenta baixa incidência de galhos e ramos, o que diminui a quantidade de nós, ou seja, a madeira produzida é mais homogênea e resistente. Além disto, apesar do mogno africano não estar isento de pragas e doenças, ele é certamente muito menos suscetível à Hypsypyla grandella (broca-das-ponteiras), uma praga que ataca o mogno brasileiro e que impede o seu cultivo comercial.

Em relação à importância econômica do gênero Khaya, o comércio internacional madeireiro inclui diversas espécies, sendo elas: Khaya anthotheca, Khaya grandifoliola, Khaya ivorensis e Khaya senegalensis. Mesmo que as características das madeiras variem um pouco, particularmente na densidade e na tonalidade da madeira, todas são consagradas no mercado.

Pelo fato da madeira de mogno africano ser bastante consumida no mercado internacional, o preço do metro cúbico tem se mantido estável e atrelado às moedas como o dólar e o euro, trazendo mais segurança ao negócio florestal. O preço pode alcançar entre 100 a 600 euros em pé, variando conforme a dimensão, qualidade das toras e logística. Já após serrada, a madeira pode chegar a valer o dobro, superando os 1.000 €/m3.

Com um bom planejamento das operações de manejo, a expectativa é de que a receita para 1 hectare seja de mais de R$500 mil ao final de todo o ciclo. O retorno financeiro de um projeto com mogno africano pode multiplicar o capital investido entre 6 a 8 vezes, dependendo do modelo de plantio, fatores ambientais, manejo, custos e receitas geradas pelo negócio florestal.

Cenário Promissor

As florestas comerciais vêm se desenvolvendo bastante nas últimas décadas e o Brasil tem ocupado lugar de destaque com notáveis avanços em pesquisa, tecnologia e inovação na silvicultura e no melhoramento genético de espécies. Segundo a Food Agricultural Organization (FAO), apenas no período de 1990 a 2017, a demanda por madeira em tora para inúmeros fins industriais aumentou 37% em todo o mundo. A previsão é de que o setor de florestas plantadas se expanda consideravelmente, tanto por meio de investimentos em atividades de reflorestamento como através do crescente interesse dos produtores rurais em diversificar seus rendimentos através do plantio de árvores de alto valor comercial nos sistemas de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs).

Dados como esses destacam a extrema importância dos plantios para o atendimento às demandas do mercado por produtos florestais. A viabilidade financeira na condução de um plantio de mogno africano sob diferentes perspectivas de manejo florestal tem mostrado que a probabilidade de insucesso do investimento é praticamente zero. Os ativos florestais estão entre os mais seguros e rentáveis, podendo proporcionar alta taxa interna de retorno (12% ao ano ou mais), superior à maioria dos investimentos privados.

O investimento florestal é uma alternativa presente e que ganha espaço em diferentes locais do mundo, proporcionando ganhos que vão além da madeira nobre. Por ter um comércio global estabelecido há séculos e por serem espécies classificadas como vulneráveis à extinção em seus locais de origem (África), a viabilidade dos plantios de Khaya em países tropicais é de extrema importância para atender ao mercado consumidor e manter em pé as florestas nativas.

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Informações: RADIX


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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