Dois levantamentos divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), essa semana, ligaram mais uma vez a luz vermelha e as sirenes sobre a velocidade da devastação do meio ambiente no Brasil. Na quarta, 30, foram apresentados os números da destruição da Mata Atlântica em 2020. Infelizmente, a Bahia aparece muito mal nesse ranking: é o segundo estado que mais desmata o bioma no país. Na quinta, 01, o Inpe mostrou o resultado do mês passado do monitoramento das queimadas na Amazônia. Foi o pior junho em 14 anos.
Falando em números, a Bahia derrubou 3.230 hectares de Mata Atlântica no ano passado, o que equivale a quatro vezes a área ocupada por Salvador. O levantamento sobre a sistemática erradicação do bioma foi feito pelo Inpe e pela SOS Mata Atlântica, ONG que atua desde 1986. A pesquisa não se realizou na base do achismo, dados de satélite mostraram a dimensão do dano ambiental.
Os dados das queimadas na Amazônia também foram coletados por satélite. Em junho de 2021, o Inpe identificou 2.308 focos de queimadas na maior – e uma das mais ameaçadas – florestas tropicais do mundo. A última vez que houve registro de tantos focos de uma vez foi em junho de 2007.
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Em entrevista ao CORREIO, publicada na quinta, 01, comentando o levantamento sobre a Mata Atlântica, o diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica, Luis Guedes, explicou que o bioma é muito agredido desde o começo da colonização, por conta da cultura exclusivamente extrativista dos primeiros anos da ocupação do território brasileiro e pela densidade demográfica do litoral brasileiro.
Nos primórdios da construção do que hoje chamamos Brasil, em um mundo recém-saído da Idade Média, as pessoas não tinham a menor noção do dano que causavam ao devastar florestas inteiras para erguer cidades. Mais de 500 anos depois, os prejuízos são mais que conhecidos. Para quem não lembra, no entanto, o próprio Guedes enumera:
“Estamos perdendo biodiversidade, espécies que precisam estar em conservação. São as florestas que garantem que a água chegue nos reservatórios, que abastecem às grandes metrópoles com energia elétrica, e que chega na agricultura, para irrigação”.
Se a destruição não for freada, como faremos quando as florestas acabarem?
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