A importância do manejo florestal sustentável esteve no centro do debate durante o painel “Florestas vivas: o manejo florestal como estratégia de mitigação climática e conservação da biodiversidade”, realizado quinta-feira (13) no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30, em Belém. O evento reuniu especialistas para discutir soluções concretas de conservação alinhadas ao desenvolvimento socioeconômico da Amazônia.

Entre os participantes, esteve presente a engenheira florestal Silvia Silva, técnica da Aimex (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará), convidada pela Semas (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará). Durante o painel, Silvia destacou o papel do manejo florestal sustentável como uma das principais estratégias de combate às mudanças climáticas e de proteção da biodiversidade amazônica.
Manejo florestal: uma solução amazônica baseada na própria floresta
O manejo florestal é uma técnica que permite utilizar os recursos madeireiros de forma planejada, responsável e contínua, garantindo que a floresta permaneça em pé e produtiva ao longo das décadas. Diferente de modelos predatórios que levam ao desmatamento, o manejo:
- seleciona apenas algumas árvores maduras por hectare,
- mantém a estrutura ecológica da floresta,
- reduz emissões associadas ao desmatamento,
- e assegura a regeneração natural das espécies.
Trata-se de uma abordagem baseada na ciência florestal, que segue inventários detalhados, planejamento de estradas de baixo impacto, abertura controlada de clareiras, monitoramento pós-colheita e rastreabilidade da madeira. Quando executado corretamente, o manejo reduz impactos, cria renda, fortalece cadeias produtivas locais e incentiva a valorização da floresta em pé.
É uma das práticas reconhecidas internacionalmente como solução climática, pois contribui diretamente para a redução das emissões de CO₂ ao evitar o desmatamento e ao preservar grandes estoques de carbono.
O papel do manejo florestal na Amazônia contemporânea
Durante o debate, Silvia Silva ressaltou que o manejo florestal sustentável é essencial para o equilíbrio entre conservação e desenvolvimento. Na Amazônia, onde pressões como grilagem, queimadas e avanço desordenado da fronteira agrícola ameaçam áreas sensíveis, o manejo representa:
- uma barreira prática contra o desmatamento ilegal,
- uma alternativa econômica viável para comunidades e concessionários,
- uma forma de gerar emprego com responsabilidade ambiental,
- um mecanismo para garantir que a floresta continue produzindo benefícios ecológicos.
Silvia enfatizou que o manejo bem planejado não é o problema — é parte da solução. Ele garante que a floresta permaneça viva, conservada e produtiva, evitando que áreas públicas e privadas se tornem vulneráveis a ocupações ilegais e exploração predatória.
COP30: o manejo florestal como instrumento climático
A presença da Aimex e de especialistas no painel reflete o crescente reconhecimento do manejo florestal como ferramenta de mitigação climática. Com a COP30 sediada na Amazônia, os debates ganham ainda mais relevância, conectando:
- políticas públicas estaduais e federais,
- novas metodologias de certificação e mercado de carbono,
- a necessidade de conciliar produção florestal, biodiversidade e proteção dos povos da floresta.
O evento também reforça que o Pará tem buscado protagonismo no tema, articulando governo, setor produtivo, academia e organizações da sociedade civil para fortalecer práticas sustentáveis e ampliar a credibilidade internacional do modelo amazônico de manejo.
Florestas vivas, economia viva
O painel mostrou que floresta conservada não é sinônimo de floresta intocada, mas de floresta manejada com responsabilidade, ciência e monitoramento. A atividade, quando feita de forma legal e sustentável, gera valor, preserva biodiversidade, reduz emissões e reforça o papel da Amazônia como protagonista da agenda climática global.
A participação de Silvia Silva, representando a Aimex, destacou que o setor florestal madeireiro do Pará tem buscado consolidar práticas de produção de baixo impacto e promover a profissionalização da cadeia produtiva, reforçando que uso sustentável e conservação precisam caminhar juntos.
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