La Niña pode atrasar; aquecimento global mantém temperaturas elevadas

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão da ONU, divulgou um novo relatório esta semana prevendo uma probabilidade de 60% de que o fenômeno La Niña ocorra entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025. Esse percentual representa uma queda em relação às previsões anteriores de junho, que estimavam uma chance de 70% para La Niña entre agosto e novembro de 2024.

(Susumu Yoshioka / Getty Images/Reprodução)

A OMM destaca que o atual cenário climático está fortemente impactado pelas mudanças climáticas causadas pela ação humana, alterando os efeitos dos fenômenos climáticos regulares. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, reforça que, mesmo que La Niña, fenômeno que resfria temporariamente as temperaturas globais, ocorra, isso não mudará a tendência de aquecimento a longo prazo impulsionada pelos gases de efeito estufa.

Esse ponto é corroborado pelos dados que mostram que os últimos nove anos foram os mais quentes da história, apesar da presença de uma La Niña prolongada de 2020 a 2023. Após isso, houve o surgimento de um episódio de El Niño, iniciado em junho de 2023 e que atingiu seu auge entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, sendo um dos cinco mais intensos já registrados. A boa notícia é que a chance de um novo episódio de El Niño no futuro próximo é nula.

Nos últimos três meses, as condições neutras de ENSO (Oscilação Sul-El Niño), sem a presença de El Niño ou La Niña, predominaram, mas as previsões indicam que essa neutralidade pode estar prestes a ser quebrada com a possível chegada de uma nova La Niña.

Embora a probabilidade de resfriamento seja relevante, a comunidade científica alerta que eventos como La Niña e El Niño ocorrem agora em um cenário de temperaturas globais mais elevadas, o que pode alterar ou intensificar seus efeitos nos padrões de chuva e temperatura ao redor do mundo.

O que é La Niña?

La Niña é caracterizada pelo resfriamento das temperaturas da superfície do oceano nas áreas central e oriental do Pacífico equatorial, afetando o clima globalmente, incluindo no Brasil. Esse fenômeno impacta a circulação atmosférica, alterando ventos, pressão e padrões de precipitação. Seus efeitos variam conforme a intensidade, duração e época do ano, além de interagir com outros fatores climáticos.

Enquanto El Niño aumenta as temperaturas e causa chuvas intensas, La Niña tende a ter efeitos opostos. No Brasil, isso geralmente significa mais chuvas no Norte e Nordeste, enquanto no Centro-Sul, as precipitações se tornam irregulares e a seca pode se intensificar no Sul. Durante La Niña, também há maior chance de entradas de massas de ar frio, resultando em maior variação térmica.

A alternância entre El Niño e La Niña não segue um padrão fixo. La Niña pode ocorrer em anos consecutivos, enquanto El Niño tende a se manifestar a cada 3 a 7 anos. Para mais informações, você pode acessar aqui.

Qual fenômeno estamos vivendo agora?

Atualmente, as condições climáticas são neutras, sem a influência de El Niño ou La Niña.

Se El Niño acabou, por que está tão quente?

Desde o século 19, o planeta tem sofrido um aumento nas temperaturas devido às emissões de gases de efeito estufa. Isso intensifica os episódios de El Niño e prolonga seus efeitos. Embora o El Niño tenha terminado, seus impactos ainda serão sentidos por vários meses. Mesmo com a expectativa de uma nova La Niña, é improvável que ela traga um resfriamento significativo, devido ao aquecimento global, que mantém as temperaturas globais elevadas.

Fonte: Super


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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