Um game de celular que promove a conscientização sobre o cuidado com o meio-ambiente e a conexão com a natureza, ao mesmo tempo em que ajuda a mapear e monitorar árvores em territórios urbanos para o posterior desenvolvimento de políticas públicas. Esta é a proposta do Avant Garden, jogo mobile cujo objetivo é “capturar” e interagir com árvores reais, acumulando pontos e itens especiais para subir de nível.
De acordo com Paulo Hartmann, CEO do Avant Garden, o jogo surgiu de uma preocupação antiga, relativa à queda de árvores em São Paulo. Ao pensar em estratégias de monitoramento ambiental que envolvessem a participação voluntária do público geral, o formato de game foi escolhido justamente para fomentar a participação do público jovem: “até porque são eles que irão receber o “belo” legado que as gerações anteriores deixaram na falta de cuidado com o meio ambiente”, completa.
Disponível por enquanto apenas na cidade de São Paulo, as informações recolhidas pelo aplicativo são utilizadas pela Secretaria do Verde e do Meio-Ambiente (SVMA) e também ajudam a alimentar o sistema GeoSampa, que armazena dados da geografia da cidade.
Desenvolvido pela startup pernambucana Loomi e disponível na Google Play Store e App Store, o game funciona de maneira simples e descomplicada: basta se cadastrar e habilitar as permissões solicitadas pelo aplicativo, como a localização em tempo real. A partir daí, a interface já se abre em um mapa geolocalizado e o jogador já pode sair e explorar as árvores mais próximas. Na barra inferior, há a opção de seguir circuitos de árvores pré-mapeadas pelos desenvolvedores ou, então, “capturar” uma árvore ainda desconhecida.
Ao encontrar uma árvore ainda não mapeada, basta que o jogador aponte a câmera do celular e fotografe sua copa e raiz para iniciar uma análise temporal da espécie, que após o escaneamento, fica salva na aba coleção do jogador e também passa a ficar disponível no mapa geral, para que outros usuários possam capturá-la. A cada nova captura, o jogador recebe XP para subir de nível no game e pode receber recompensas virtuais especiais, como flores, regadores e adubos, que são classificados pelo nível de raridade.
Responsabilidade social
Além de alimentar as bases de dados geográficos da prefeitura de São Paulo, o potencial educativo do jogo também é aproveitado nas escolas municipais da cidade, onde o aplicativo funciona como uma ferramenta de conscientização ambiental junto aos alunos. Gabriel Albuquerque, CEO da Loomi, descreve o jogo como “uma iniciativa que une tecnologia e responsabilidade social, mostrando como é possível criar soluções digitais que gerem impacto positivo.”
A plataforma, que na última coleta de dados consolidados já contava com cerca de mil usuários ativos e 750 espécies mapeadas, tem um futuro promissor. Segundo Hartmann, os desenvolvedores já começaram a expandir os circuitos e mapeamentos para algumas cidades no Rio de Janeiro e em Recife, além de países como Itália e Inglaterra. Com o avanço do projeto, espera-se que as informações recolhidas possam contribuir para a criação de um banco de dados mais robusto e abrangente, que poderá ser utilizado em políticas públicas de preservação ambiental.
Fonte: Um só Planeta
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