A sequência sem precedente de incêndios ocorrida no Pantanal ao longo de 2020 deixou um rastro extenso de morte. Tirou a vida de quase 17 milhões de animais.
Estimativa de indivíduos mortos em alguns grupos de animais
Serpentes 9,4 milhões
Roedores 3,3 milhões
Aves 1,5 milhão
Primatas 458 mil
Fonte OMAS, W. et al. Scientific Reports. 2021
O grupo liderado pelos veterinários Walfrido Tomas, da Embrapa Pantanal, e Ronaldo Morato, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizou levantamentos em 126 áreas queimadas no norte e no sul do Pantanal entre 1º de agosto e 17 de novembro de 2020 e identificou 302 carcaças de anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
A partir da concentração de animais mortos e da área total queimada (39 mil quilômetros quadrados), os pesquisadores chegaram a números trágicos. O fogo matou diretamente cerca de 16 milhões de animais de pequeno porte, com menos de 2 quilos, e outros 944 mil de maior porte. A mortalidade foi maior entre as pequenas serpentes (9,4 milhões desses répteis morreram) e os pequenos roedores (3,3 milhões). Aproximadamente 1,5 milhão de aves também foram consumidas pelas chamas ou morreram de fome, além de 458 mil primatas, 237 mil jacarés e 220 mil tamanduás (Scientific Reports, 16 de dezembro).
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Os números são considerados conservadores porque não incluem onças-pintadas, suçuaranas e antas – desses animais não foram achadas carcaças, embora se suspeite de que também tenham morrido.
Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.
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