Ibama bloqueia mais de 50 mil metros cúbicos em créditos florestais explorados ilegalmente no PA

A extração ilegal de madeira tem consequências devastadoras para a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas, afetando diretamente espécies ameaçadas e contribuindo para a degradação ambiental. Um exemplo disso ocorreu em Tomé-Açu (PA), onde o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu mais de 51 mil metros cúbicos em créditos de madeira em toras e seis mil estéreos em créditos de lascas da espécie acapú (Vouacapoua americana), que está ameaçada de extinção. A fraude foi descoberta durante um projeto de exploração madeireira, expondo um esquema ilegal que ameaça gravemente a sobrevivência de espécies nativas.

Ibama bloqueia mais de 50 mil metros cúbicos em créditos florestais explorados ilegalmente no PA
Foto: Ibama/Reprodução.

Além da suspensão desses créditos, foram apreendidos cerca de três mil metros cúbicos de madeira nativa sem origem legal e bloqueadas três empresas madeireiras por envolvimento em fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora-PA). Essas ações resultaram em mais de R$ 30 milhões em multas ambientais aplicadas contra os responsáveis.

Os agentes ambientais estimaram que os créditos florestais inseridos no sistema da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PA) eram quase dez vezes superiores ao volume real de madeira extraída legalmente, criando uma fachada para a extração ilegal de aproximadamente 360 caminhões de madeira serrada e 55 caminhões de estacas de acapú. O valor estimado do esquema poderia atingir R$ 25 milhões com a venda desses créditos falsificados.

A importância de combater a extração ilegal de madeira vai além das multas e das apreensões. Esta atividade criminosa causa a destruição de habitats essenciais para a fauna e flora, intensifica a perda de biodiversidade e fragiliza o ecossistema como um todo. Quando espécies ameaçadas como o acapú são extraídas de forma descontrolada, os impactos negativos se propagam pela cadeia alimentar e comprometem a integridade das florestas tropicais. Além disso, a retirada ilegal de madeira contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, agravando as mudanças climáticas.

Assim, é fundamental intensificar a fiscalização e desmantelar a cadeia de extração ilegal de madeira, protegendo os recursos florestais e assegurando a preservação dos ecossistemas que sustentam a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.

Fonte: Ibama


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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