Ícones da biodiversidade e indicadores importantes do estado de conservação dos ambientes onde ainda persistem, as onças-pintadas agora contam com uma ferramenta adicional para sua proteção. Trata-se do livro “Onças Pintadas do Estado de São Paulo: Guia de Identificação”, lançado no Dia Internacional da Onça-Pintada. Esse projeto, que combina pesquisa científica e conscientização ambiental, utiliza análises de imagens capturadas por câmeras ativadas por movimento em áreas de Mata Atlântica, bem como a digitalização das rosetas, as manchas únicas que identificam cada indivíduo.
Fruto de uma parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), a Fundação Florestal (MonitoraBioSP), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o guia representa uma contribuição significativa para o reconhecimento e apreciação da riqueza da biodiversidade. A secretária da pasta, Natália Resende, destaca a importância dessas informações para orientar políticas de conservação e o planejamento de Unidades de Conservação.
O trabalho é inédito nos países que ainda abrigam populações desse majestoso felino das Américas. Foram identificados 51 indivíduos em três Unidades de Conservação de Onças (JCU), duas na Serra do Mar e uma no Alto Paraná-Paranapanema. Cada animal no guia é apresentado com fotos, textos explicativos em Português e Inglês, além de QR Code para visualização de todos os registros.
Acesse: Guia de Onças-pintadas avistadas em Unidades de Conservação de SP
Identificar e catalogar esses animais é crucial para o monitoramento dos ecossistemas das Unidades de Conservação (UCs) do Estado, pois as onças são indicadoras do equilíbrio ambiental. Como destaca Beatriz Beisiegel, organizadora da publicação, a presença desses felinos no topo da cadeia alimentar sugere a existência de todo um conjunto de espécies abaixo delas.
São Paulo desempenha um papel fundamental na conservação da espécie, classificada como criticamente em risco de extinção. O estado abriga três das sete JCU da Mata Atlântica, além de cinco áreas com presença provável e outros fragmentos pequenos com populações consideradas inviáveis a longo prazo.
A iniciativa do guia nasceu de dois projetos de monitoramento iniciados em 2006 e 2021, respectivamente, e deve ter continuidade. Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal, enfatiza que o guia será atualizado periodicamente para se tornar uma referência confiável para profissionais e pesquisadores.
Apesar dos avistamentos raros e do declínio populacional, o guia enfrentou o desafio adicional da semelhança entre as rosetas dos animais. Para superar essa dificuldade, foram instaladas câmeras em ambos os lados das trilhas, fotografando os dois perfis, e foi feito um mapeamento das caudas. Os pesquisadores também associaram conjuntos de rosetas, formando figuras como setas ou evocando outros animais, como borboletas e cachorros.
Fonte: SEMIL – Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de SP
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