Futuro da Engenharia Florestal foi o foco central do ENCEF 2025, que reuniu docentes, profissionais e entidades do setor para discutir as novas Diretrizes Curriculares Nacionais, o papel da formação técnica na transição climática, e como aproximar universidades, sociedade e mercado. O encontro reforçou que a próxima década exigirá engenheiros florestais com visão aplicada, domínio tecnológico, base científica sólida e capacidade de atuar em temas como mudanças climáticas, restauração ecológica, bioeconomia e governança ambiental.

De 29 a 31 de outubro de 2025, o 4º Encontro Nacional de Cursos de Engenharia Florestal (ENCEF) reuniu no auditório da Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) em São Paulo — em formato híbrido — profissionais, docentes e estudantes de todo o país para discutir as novas diretrizes curriculares da Engenharia Florestal.
A abertura contou com a participação da presidente do Crea-SP, Lígia Mackey, que reforçou a importância de debater as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e fomentar políticas públicas voltadas para a formação dos futuros profissionais. “Ver tantos esforços voltados à melhoria dos cursos e à discussão das diretrizes é sinal de que estamos no caminho certo. Precisamos fomentar essa construção colaborativa e estimular políticas públicas para que os futuros profissionais estejam prontos para assumir as novas demandas das cidades, campos e florestas.”
Entre os principais pontos levantados na proposta final das novas DCNs, destacam-se: o alinhamento da formação aos desafios ambientais, tecnológicos e sociais; o uso de metodologias ativas; práticas de campo; integração entre universidades e empresas; e a curricularização da extensão como forma de enriquecer o ensino.
Para Pedro de Almeida Salles, presidente da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF), o documento vem sendo construído de maneira colaborativa, atendendo às expectativas de estudantes, academia, setor produtivo, terceiro setor e da sociedade em geral — e foi encaminhado ao conselheiro Mauro Luiz Rabelo, do Conselho Nacional de Educação (CNE), para homologação.
Outro foco da discussão foi a visibilidade da profissão e a aproximação entre ensino e demanda de mercado. A conselheira do Crea-SP e presidente da Associação Paulista de Engenheiros Florestais (APAEF), Evandra Bussolo Barbin, salientou o papel estratégico do engenheiro florestal no enfrentamento das mudanças climáticas: “O futuro é agora e depende das nossas ações para a contenção dos efeitos gerados pelas mudanças climáticas.”
A professora Maria José Brito Zakia enfatizou que os cursos precisam oferecer formação interdisciplinar, com aplicação prática desde o primeiro ano, estimulando o aluno a ser agente de transformação. “É fundamental que o curso proporcione uma formação aplicada.”
Além disso, o conselheiro da Câmara Especializada de Agronomia do Crea-SP, Ulysses Bottino Peres, destacou que muitas vagas ainda permanecem em aberto por falta de profissionais qualificados — o que evidencia a necessidade de curricularizar a grade de modo mais atrativo e revelar com clareza o papel da Engenharia Florestal no mercado.
Segundo levantamento do Censo dos Cursos Superiores de Engenharia Florestal 2025, apresentado pelo professor Edison Cantarelli da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a maioria dos cursos está concentrada em instituições públicas, especialmente nas regiões Norte e Sudeste do país. O estudo também apontou avanços na equidade de gênero, com um equilíbrio crescente entre homens e mulheres na área. Ainda assim, ressaltou-se a necessidade de tornar os cursos mais atrativos às novas gerações.
O ENCEF se consolida, portanto, como um espaço estratégico para alinhar formação, representatividade e sustentabilidade no futuro da Engenharia Florestal brasileira.
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