Por: Daniel Amorim
Foi inaugurado na última quarta (7) na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) o Laboratório de Inventário e Mensuração de Florestas Tropicais (IFT), também conhecidos como 'Casa do Carbono', que irá vai realizar procedimentos capazes de analisar materiais como galhos, folhas e raízes com precisão, contribuindo para a aplicação de políticas públicas para o meio ambiente e o manejo adequado das florestas.
Com investimentos de R$ 900 mil do Fundo Amazônia, o Laboratório, o primeiro da região Norte, irá apoiar os esforços do Inventário Florestal Nacional (IFN), política pública do Serviço Florestal Brasileiro, no desenvolvimento de equações e processamento de dados para estimar o volume de madeira, biomassa e carbono armazenado pelas árvores da Floresta Amazônica. “As pesquisas do laboratório vão introduzir o aspecto analítico e científico da estrutura da matéria. Antes, fazia-se uma análise macroscópica, um processo determinista. Agora vamos entender a floresta a partir da parte molecular, da estrutura da madeira”, explicou Ulisses Silva da Cunha, coordenador técnico do laboratório e professor do curso de Engenharia Florestal da Ufam, durante a inauguração do espaço, na manhã de quarta-feira (7).
Um aspecto importante das pesquisas é a mensuração do carbono retido pela floresta, fenômeno responsável pelo equilíbrio climático das micro e macrorregiões.
Nesse sentido, o plantio de árvores possibilita efeito reverso ao das queimadas, que emitem gás carbônico para a atmosfera e geram o efeito estufa. “Vimos muitas florestas via satélite, mas temos poucas informações sobre a qualidade e a condição das florestas em campo”, observou o diretor de Pesquisas e Informações Florestais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Joberto de Freitas. “Esse laboratório tem um grande potencial de se tornar uma grande aplicação no ensino, pesquisa e graduação”, acrescenta. De acordo com o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, há planos de inaugurar três novas casas de carbono no Amazonas. “O objetivo é tratar de forma técnica e científica a questão do carbono, das concessões e do manejo, além da aquisição do conhecimento técnico-científico para tratar a gestão da floresta”, explicou o diretor-geral.
Análise mais ampla
Autor do projeto do Código Florestal Brasileiro, Colatto destacou que as pesquisas não vão analisar apenas a floresta, mas também as comunidades que buscam atividades econômicas além da extração de madeira. A prática ilegal da derrubada de árvores, segundo o diretor-geral, é um dos alvos de controle do órgão. “Isso é um ponto muito importante. Estamos trabalhando com monitoramento remoto e Cadastro Ambiental Rural. Faltam alguns dados para que a Amazônia seja cadastrada. Em cima disso, vamos buscar a regulação ambiental das propriedades brasileiras, hoje em torno de seis milhões”, avalia.
Somente as pesquisas de longa duração são capazes de dar respostas aos problemas atuais. Não há respostas de curto prazo, como todo mundo acha que vai acontecer”, conclui Ulisses da Silva Cunha C coordenador técnico da Casa do Carbono e professor do curso de Engenharia Florestal.
Fonte: Ariquemesonline
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