Fotossíntese artificial: Obter energia usando apenas água e luz solar

Técnica de cientistas brasileiros imita o processo natural das plantas para obter energia usando apenas água e luz solar


As plantas convertem diariamente água e luz solar em fonte de
energia
 há bilhões de anos, por meio da fotossíntese. Hoje, o pesquisador brasileiro Jackson Dirceu Megiatto
Júnior, do Instituto de Química da Unicamp, em Campinas, São Paulo, estuda um processo parecido, feito em laboratório,
que pode se tornar uma fonte alternativa para o consumo de 
eletricidade no futuro. 

Com a ajuda da química e da engenharia
molecular
, o pesquisador está desenvolvendo um tipo de
pigmento artificial chamado porfirina, parecido com a clorofila (responsável por absorver a luz
nas plantas). Quando mergulhada em água e exposta à luz, a porfirina produz
hidrogênio e oxigênio, gases também gerados na fotossíntese. No caso das
plantas, o oxigênio é liberado na atmosfera e o hidrogênio é combinado com o
gás carbônico para produzir açúcares, ricos em energia.

No experimento do pesquisador brasileiro, os gases são
armazenados em tanques, conectados a outro dispositivo, e depois transformados
em 
eletricidade
e água
. Com 4,5 litros de água expostos ao sol durante o
dia é possível gerar energia para suprir a demanda de uma casa com quatro pessoas e um
carro elétrico. Depois essa água é reutilizada para produzir hidrogênio e oxigênio novamente.

Propomos um ciclo energético
renovável
 que consome luz solar para gerar combustíveis
 usando a água como reagente. Ou seja,
a água seria a fonte de energia
“, afirma Megiatto Júnior. A energia é
gerada sem poluição, e a técnica poderia reduzir a emissão de gases que
provocam o 
efeito estufa. Para que a técnica possa ser usada nas casas, é
preciso aperfeiçoar o processo, produzir em larga escala e diminuir o custo dos
materiais. Hoje, a técnica transforma de 2% a 3% da energia solar em
eletricidade, mas, em teoria, a eficiência pode chegar a 30%. “O processo
tem potencial para produzir substâncias mais complexas, que, num futuro
distante, poderiam suprir alguns derivados da indústria petroquímica, como os
plásticos
“, diz Megiatto Júnior.


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