FLORESTA AMAZÔNICA E CONSEQUÊNCIAS DA PERDA DE COBERTURA VEGETAL

A floresta possui uma grande quantidade de carbono em bilhões de árvores, acumuladas por centenas ou mesmo milhares de anos. Todos os anos, as folhas também absorvem uma enorme quantidade de dióxido de carbono que, de outra forma, seria deixado na atmosfera, aumentando o aumento das temperaturas globais.

                                      Fonte: Conditions Are Ripe for an Intense Fire Season in Amazonia / Observatório da NASA

Imagens de satélite mostram um aumento acentuado nas derrubadas de árvores durante o primeiro semestre deste ano. A análise mais recente sugere uma escala impressionante de perdas nos últimos dois meses, em particular, com cerca de um hectare sendo limpo a cada minuto, em média.

Atualmente ocorrem queimadas com energia suficiente para gerar coluna de fumaça, que passa pelas distâncias como o estado do Acre e o sul do país. A Nasa alertou que os incêndios na Amazônia estão acima do normal. O monitoramento do governo brasileiro para queimadas, feito pelo Inpe, utiliza o mesmo sistema usado pela Nasa. O coordenador do programa de queimadas no Inpe, Alberto Setzer, explica que o satélite de referência do Inpe, chamado Aqua, é da Nasa, assim como os satélites Terra e NPP, também usados no monitoramento.
O uso do fogo em florestas e demais formas de vegetação é proibido. A exceção é o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais quando justificado pelas peculiaridades locais ou regionais. 
         
Fonte: BBC News Brasil / Agosto – 2019
O Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, regulamenta esta prática mediante o estabelecimento de normas de precaução. Especifica as situações nas quais o uso do fogo é proibido e as condições para a sua permissão. Trata, ainda, do ordenamento e da suspensão temporária do emprego do fogo, por meio do escalonamento regional do processo de queima controlada, com base nas condições atmosféricas e na demanda de autorizações de queima controlada, para manutenção dos níveis de fumaça produzidos.
Mapa mostrando as projeções de cobertura florestal para 2050. Apenas metade da floresta amazônica pode permanecer em 2050 no pior cenário combinado de desmatamento/clima. As áreas azuis mostram um bloco contínuo de floresta amazônica relativamente intacto, composto pelo noroeste e centro da Amazônia, o Escudo das Guianas e uma parte menor do sudoeste da Amazônia. As áreas vermelhas são um bloco florestal amazônico em grande parte degradado e fragmentado, composto pelas porções leste, sul e uma parte importante do sudoeste da Amazônia. As áreas amarelas claras indicam perda de floresta. Imagem de © Esri, DeLorme Publishing Company, Arcworld.

De acordo com um novo estudo publicado no Nature Climate Change. Essa mudança, se ocorresse, poderia resultar em um declínio de até 58% da riqueza das espécies arbóreas da Amazônia, das quais, 49% teriam algum grau de risco de extinção (com as espécies de árvores se tornando vulneráveis, ameaçadas ou criticamente ameaçadas), das quais, 22% estariam em perigo crítico, de acordo com os critérios de extinção de espécies ameaçadas da IUCN. 

Em tempos decisivos como estes, é fundamental ampliar o conhecimento sobre as riquezas desconhecidas do bioma amazônico, seu papel fundamental na regulação do clima, das chuvas e na exportação de serviços ambientais para regiões distantes. O futuro da maior floresta tropical do mundo e de suas populações tradicionais depende de decisões tomadas pelo poder público e a coletividade com consciência e informação.
Referências:
 ‘Football pitch’ of Amazon forest lost every minute – BBC News – Julho/2019

Vozes pela Amazônia: Biodiversidade vale mais que gado e soja – Revista Exame – Agosto/2019                                                         Desmatamento e crise climática podem prejudicar a diversidade de árvores da Amazônia — Estudo – Mongabay, Setembro/2019          Floresta tropical, savana e tundra sofrem com aumento de queimadas em 2019, mas fogo na Amazônia impacta mais o planeta – G1 -Setembro/2019

Por: Bruna Sena

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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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