A flor Amalophyllon miraculum, que mede apenas 5 centímetros de altura, foi encontrada na Cordilheira dos Andes, especificamente na área que atravessa o Equador. Batizada com um nome que evoca “milagre”, esta nova espécie representa uma nova esperança para a biodiversidade local, que tem enfrentado sérios desafios devido ao desmatamento generalizado ao longo do último século.
Detalhes sobre a A. miraculum foram publicados em um artigo no periódico PhytoKeys em 11 de junho. A descoberta ocorreu durante expedições botânicas realizadas por especialistas equatorianos na região conhecida como Centinela, onde buscavam identificar plantas raras e endêmicas em pequenas áreas de floresta ainda preservadas.
A planta foi encontrada graças a um convite de um agricultor local chamado Paul, que convidou os botânicos para explorar as florestas em suas terras. John Clark, autor principal do artigo e pesquisador do Museu de História Natural do Reino Unido, descreve a A. miraculum como uma planta minúscula, com folhagem verde quase iridescente que a distingue de todas as outras espécies anteriormente conhecidas pela equipe.
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A espécie é uma planta litófita obrigatória, o que significa que ela só pode sobreviver e se desenvolver em pedras localizadas em locais muito úmidos, como rochas envoltas em névoa. “Mesmo pequenas alterações nas condições do habitat podem levar à ausência desta pequena espécie, destacando o delicado equilíbrio necessário para sua sobrevivência”, enfatiza o pesquisador.
A biodiversidade de Centinela, caracterizada por alta pluviosidade e uma flora específica, começou a ser explorada em 1970, quando o avanço do desmatamento para a agricultura já era alarmante. Mais de 70% das florestas tropicais das planícies ocidentais do Equador estima-se que tenham sido destruídas.
Esse rápido desflorestamento transformou o nome Centinela em sinônimo de extinção iminente na botânica, pois muitas das plantas coletadas pelos cientistas eram consideradas extintas antes mesmo de serem nomeadas e descritas.
No entanto, expedições recentes na região têm revelado aos pesquisadores que ainda existe uma riqueza inexplorada que sobreviveu à destruição. “Centinela continua viva porque alguns agricultores escolheram conservar as florestas em suas propriedades em vez de desmatá-las”, destaca Clark.
Apesar da descoberta, o botânico alerta sobre a urgência de preservar e cuidar desses remanescentes florestais. “Precisamos de mais estudos como este agora, por isso nossa equipe está trabalhando em um projeto de pesquisa colaborativa que oferece uma atualização sobre Centinela”, conclui.
Fonte: Galileu
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