O cenário é consequência direta das decisões da administração Trump, que extinguiu o Escritório de Mudança Global do Departamento de Estado dos EUA e demitiu servidores encarregados de assuntos climáticos. Além disso, o país abandonou formalmente o Acordo de Paris, minando sua capacidade institucional de participar das rodadas de negociação internacional.
Embora parte da comunidade internacional já esperasse essa ausência, ainda havia esperanças de que uma delegação informal pudesse vir ao Brasil para amenizar tensões e manter canais diplomáticos abertos. Contudo, o agravamento das relações entre os governos de Trump e Lula praticamente sepultou essa possibilidade.
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A ausência norte-americana enfraquece a pressão sobre os países ricos por mais financiamento climático, dificulta o avanço da regulamentação dos mercados globais de carbono e compromete o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis no curto prazo. Por outro lado, abre espaço para o crescimento da influência de países como a China e outras nações do Sul Global.
No Brasil, o desafio agora é articular uma estratégia diplomática que neutralize o impacto simbólico dessa ausência. O Itamaraty tem buscado mobilizar chefes de Estado, lideranças empresariais e governos locais para garantir que a COP30 não se torne um evento esvaziado, mas sim um fórum de implementação efetiva de políticas públicas climáticas.
A COP30 em Belém poderá ser um divisor de águas para o futuro da governança ambiental global. O sucesso do evento depende de uma articulação hábil do Brasil, da capacidade de envolver diversos atores internacionais e de transformar o vácuo deixado pelos EUA em oportunidade para uma nova liderança climática.
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Fonte: CNN Brasil
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