Um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira (15), China e Estados Unidos anunciaram a criação de um grupo de trabalho bilateral voltado para a transição energética e o combate à poluição. Os dois países expressaram apoio à declaração do G20, que busca triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030. Comprometeram-se também a colaborar em um acordo destinado a combater a poluição causada por plásticos e metano.
A iniciativa para formar esse grupo de trabalho surgiu durante um encontro entre os enviados climáticos dos dois países, John Kerry e Xie Zhenhua, na Califórnia, na primeira semana de novembro.
Um levantamento da Carbon Atlas, divulgado durante a COP 27 em 2022, destaca China e Estados Unidos como os principais emissores de gás carbônico, ressaltando a urgência de ações conjuntas para enfrentar a crise climática global.
Os Estados Unidos e a China concordaram em reiniciar um grupo de trabalho dedicado à cooperação climática, comprometendo-se também a um significativo aumento na utilização de energia renovável. A confirmação dessa decisão foi anunciada pelos dois governos pouco antes da cúpula entre os chefes de Estado dos dois países, agendada para ocorrer em São Francisco no mesmo dia. China e Estados Unidos, como os dois maiores emissores globais, buscam superar as tensões geopolíticas para enfrentar a urgência da crise climática.
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Historicamente, a colaboração sobre mudanças climáticas tem sido um ponto de destaque em uma relação complexa entre EUA e China, marcada por tensões em áreas como comércio, tecnologia, direitos humanos e geopolítica. Mesmo no último ano, a questão climática perdeu destaque quando Pequim interrompeu as negociações climáticas com Washington em resposta a uma visita de alto nível dos EUA a Taiwan.
O comunicado divulgado na quarta-feira, tanto pelo Departamento de Estado dos EUA quanto pelo Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China, surge após encontros entre o enviado climático dos EUA, John Kerry, e o enviado chinês Xie Zhenhua, na Califórnia, no início deste mês. Os representantes também se reuniram em Pequim para discussões neste ano.
Ambos os lados concordaram em “operacionalizar” um grupo de trabalho bilateral que havia sido suspenso, visando “engajar-se em diálogo e cooperação para implementar ações climáticas concretas” nesta década, conforme declarado no comunicado. O referido grupo de trabalho foi inicialmente proposto por Kerry e Xi durante a cúpula climática das Nações Unidas em Glasgow, no ano de 2021, mas estava suspenso desde agosto do ano passado.
A declaração também compromete um substancial aumento no uso de energia renovável, abrangendo fontes como energia eólica, solar e armazenamento de baterias, visando gerenciar os vastos setores energéticos de ambos os países. Esse impulso renovável tem como objetivo substituir os combustíveis fósseis prejudiciais ao clima, como carvão, petróleo e gás.
China e Estados Unidos concordaram em “acelerar suficientemente a implantação de energia renovável” em suas economias até o final de 2030, visando a substituição de fontes poluentes como carvão, petróleo e gás. Ambos os países comprometeram-se a apoiar a iniciativa global de “triplicar a capacidade de energia renovável” até 2030, além de planejarem reduções significativas nas emissões do setor energético ao longo desta década.
Os compromissos abrangem reduções abrangentes de gases de efeito estufa em toda a economia até 2035, incluindo dióxido de carbono, metano e hidrofluorcarbonetos. Este acordo visa atingir a meta crucial de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC, além da qual os impactos das mudanças climáticas tornam-se extremamente desafiadores para a adaptação humana e para os ecossistemas.
Notavelmente, esta declaração representa a primeira vez que a China oficialmente manifesta sua intenção de controlar todas as emissões de gases de efeito estufa, não se limitando apenas ao dióxido de carbono, como declarado em suas metas climáticas anteriores.
O compromisso conjunto foi resultado de reuniões entre os enviados climáticos dos EUA, John Kerry, e da China, Xie Zhenhua, na Califórnia, este mês, refletindo esforços pragmáticos em meio a desafios políticos. A promessa chinesa de estabelecer metas para todas as emissões de gases de efeito estufa foi destacada como um ponto particularmente notável na declaração, indicando uma abordagem mais abrangente para o controle das emissões.
Esta declaração assume um significado adicional, uma vez que precede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), a ser realizada em Dubai em três semanas, destacando a importância da cooperação entre os dois principais emissores globais para o progresso climático global. No entanto, observadores indicam que apesar do acordo EUA-China ser um esforço preparatório, questões críticas, como a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, exigirão esforços políticos mais substanciais.
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