Estudo da Nasa indica que Brasil pode ficar ‘inabitável’ em 50 anos

Num momento em que o calor anômalo afeta grande parte do planeta, uma análise da NASA destaca que algumas áreas do mundo podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas devido à escalada das temperaturas. O estudo inclui regiões do Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste do Brasil, identificando cinco áreas globais onde o calor pode tornar impossível a sobrevivência humana dentro de 50 anos.

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Atualmente, o vermelho, representando temperaturas acima da média, domina o mapa global. Países do Hemisfério Norte, onde é verão, sofrem com ondas de calor intensas, como as que afetam recentemente estados do Oeste e Leste dos Estados Unidos. No Hemisfério Sul, o inverno não consegue impedir que as temperaturas ultrapassem 35°C em cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil.

O que causa o aumento das temperaturas?

O aumento da temperatura é uma das principais consequências das mudanças climáticas. Cientistas alertam que a tendência é que o mundo continue a aquecer, especialmente se as emissões de gases do efeito estufa continuarem a crescer rapidamente. Ondas de calor têm se tornado mais frequentes e severas.

mitigar o aquecimento global

 

Por que parte do mundo pode se tornar inabitável?

O alerta sobre a inabitabilidade de certas partes do mundo veio de um estudo liderado por Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, publicado na revista Science Advances. O estudo analisou extremos de calor e umidade, usando imagens de satélite e projeções da temperatura de bulbo úmido, uma medida que considera tanto a temperatura quanto a umidade do ar.

Embora o ar seco possa ser desconfortável, a umidade aumenta significativamente a sensação de calor, porque a transpiração, um mecanismo vital de resfriamento do corpo humano, não evapora facilmente em ambientes úmidos, dificultando a dissipação do calor.

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Com temperaturas iguais ou superiores a 37°C e mais de 70% de umidade do ar, qualquer pessoa pode começar a ter problemas de saúde. A ciência usa a temperatura de bulbo úmido para medir essas condições extremas. Estima-se que mesmo a pessoa mais saudável pode superaquecer e morrer se permanecer em uma temperatura de bulbo úmido acima de 35°C por mais de seis horas, equivalente a 45°C com 50% de umidade, resultando em uma sensação térmica de 71°C.

Fig. 1 Calor úmido extremo global observado.
Os símbolos coloridos representam o percentil 99,9 do TW máximo diário observado para 1979-2017 para estações HadISD com pelo menos 50% de disponibilidade de dados durante esse período. O tamanho do marcador é inversamente proporcional à densidade da estação.
Além dos limites do corpo humano

O corpo humano consegue se manter suando a 45°C com 20% de umidade. Porém, se a umidade ultrapassar 40%, essa combinação pode ser letal, pois a capacidade de suar e dissipar o calor é reduzida. Pouco se sabe sobre como as pessoas podem se adaptar a temperaturas tão extremas por vários dias.

Anteriormente, considerava-se quase impossível atingir essa temperatura de bulbo úmido, mas o estudo mostrou que desde 2005 isso já ocorre em partes do Golfo Pérsico e Paquistão. Com a continuação da tendência de aquecimento, essas temperaturas extremas se tornarão mais elevadas e frequentes nas próximas décadas.

Áreas em risco de inabitabilidade até 2070

– Sul da Ásia: Milhões de pessoas nessa região podem enfrentar temperaturas de bulbo úmido superiores a 35°C até 2070, colocando em risco a saúde humana, mesmo para indivíduos saudáveis.
– Golfo Pérsico e Mar Vermelho: Essas áreas, já extremamente quentes, deverão ver aumentos adicionais nas temperaturas, tornando a região inabitável até 2070.
– Partes da China, Sudeste Asiático e Brasil: Essas regiões também podem enfrentar condições inabitáveis nas próximas décadas. Embora o prazo seja incerto, a desmatamento e o consumo irresponsável de recursos naturais podem acelerar o aumento da temperatura.

Fonte do estudo: O surgimento de calor e umidade muito severos para a tolerância humana | Avanços da Ciência (science.org)

Fonte da notícia: Globo


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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