A COP 27 é um momento definitivo contra as alterações cada vez mais severas do clima. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, mais conhecida como Conferência das Partes da UNFCCC, ou COP 27, começou nesta segunda-feira e vai até o dia 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito.
Durante os 12 dias de conferência, os países participantes irão debater sobre adaptação climática, mitigação dos gases do efeito estufa, o impacto climático na questão financeira e a colaboração para conter o aquecimento global. Além disso, também devem definir aspectos centrais para a implementação do Acordo de Paris e dar previsibilidade ao financiamento climático.
A COP é um evento anual desde 1995, quando a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) estabeleceu um tratado ambiental internacional para combater “a perigosa interferência humana no ecossistema”. Ela foi ratificada por 198 países, conhecidos como as Partes da Convenção, e sua reunião anual é chamada de Conferência das Partes-COP.
A conferência de duas semanas reúne as Partes com líderes mundiais, especialistas científicos, membros da sociedade civil e representantes da ONU para identificar soluções para a crise climática e facilitar suas implementações. A COP 27 será uma das maiores COPs já realizadas, com 35.000 participações previstas. Será também sem dúvida uma das COPs mais polêmicas, já que o mundo luta não apenas com a mudança climática, mas também com conflitos, crise econômica, COVID-19, perda de biodiversidade e muito mais.
Palco Brasil
Dentre alguns assuntos que serão abordados no palco Brasil, segundo programação divulgada pelo governo federal, estão temas como descarbonização, sustentabilidade social, startups no futuro verde, transição energética, restauração de biomas, agrosustentabilidade, bioenergia no Brasil, mercado de carbono, entre outros.
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Sabemos que os impactos climáticos estão revertendo os ganhos na igualdade de gênero. Mulheres e meninas enfrentam maiores obstáculos à adaptação ao clima, repercussões econômicas desproporcionais, aumento dos cuidados não remunerados e do trabalho doméstico, e maior risco de violência devido aos impactos agravantes da crise. Estas desigualdades de gênero profundamente enraizadas pioraram após a pandemia da COVID 19, o que significa que mais mulheres e meninas estão expostas a riscos climáticos – e estão menos capacitadas para promover soluções.
Sabemos também que as mulheres são cruciais para a luta contra a mudança climática. Devemos desviar a narrativa das mulheres e meninas como vítimas vulneráveis e, em vez disso, promover a liderança e a participação das mulheres em todas as ações climáticas. Como agricultoras, produtoras, trabalhadoras, consumidoras e chefes de família, as mulheres são importantes agentes de mudança na implementação de estratégias de desenvolvimento com baixo nível de carbono e resilientes ao ambiente. Evidências crescentes indicam que a representação das mulheres nos parlamentos nacionais pode levar os países a adotarem políticas mais rigorosas em relação às mudanças climáticas. Mulheres rurais e indígenas na linha de frente da crise estão empregando conhecimentos e práticas ancestrais para construir resiliência em meio a mudanças climáticas, e jovens e meninas têm liderado movimentos globais que efetivamente mudaram o discurso sobre o clima em poucos anos.
Na 66ª sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW 66), realizada em março de 2022, os Estados Membros reconheceram a participação plena e igualitária das mulheres e meninas, a participação nos processos decisórios e a liderança como a chave para uma ação climática eficaz. A Comissão também solicitou aos governos que integrassem uma perspectiva de gênero na concepção, financiamento, implementação, monitoramento e avaliação de todas as políticas e programas de combate às mudanças climáticas.
Diante disso, a ONU Mulheres está trabalhando para assegurar que as vozes e perspectivas das mulheres e meninas sejam integradas em todas as vertentes e processos de trabalho da UNFCCC na COP27. Apelando a todos os países para que aumentem rapidamente a implementação de todos os compromissos sobre igualdade de gênero e clima e aumentem seus investimentos em ações climáticas sensíveis a gênero que priorizem o cuidado com as pessoas e com o planeta.
FONTE: ONU Mulheres, Diário do Comércio
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