Estava “navegando pela net” quando me deparei com uma daquelas manchetes que chamam de fato a atenção, e não era uma manchete sobre a vida de algum famoso e sim uma que, se for verdade, ou se for factível, certamente vai nos fazer ver a agricultura de uma forma totalmente diferente! E a manchete era a respeito da questão; É POSSÍVEL PRODUZIR SEM UM PLANTIO TRADICIONAL?
A matéria tratava de um estudo que afirma que, nos próximos anos, o rótulo “Farm Free” pode embelezar as embalagens dos alimentos, graças às pesquisas inovadoras em andamento na Universidade da Califórnia, em Irvine. Na qual tem como foco atual da equipe, a produção de gorduras por meio de processos industriais, e seu estudo inclusive já foi publicado na revista Nature Sustainability.
A agricultura desempenha um papel significativo nas mudanças climáticas, contribuindo, segundo alguns estudos, com pelo menos um quarto das emissões totais de gases de efeito estufa. Desde o uso de agrotóxicos até os processos de industrialização para o comércio, a exploração de terras e o desmatamento, a produção de alimentos está se tornando cada vez mais complexa e menos sustentável.
A equipe da UCI e colaboradores de outras universidades enxergam uma saída: a produção de alimentos sem depender da agricultura. Mas como isso seria possível? O professor de ciência do sistema terrestre da UCI, Steven Davis, líder da equipe de pesquisa, explica que a síntese em larga escala de moléculas comestíveis por meios químicos e biológicos, sem depender de matérias-primas agrícolas, é uma possibilidade real.
Atualmente, os pesquisadores concentram seus esforços na produção de gorduras sintetizadas a partir de hidrogênio e dióxido de carbono, presentes na água e no ar, respectivamente. Eles destacam que a síntese de gorduras é um processo simples que não requer matéria biológica disponível, sendo puramente químico.
Essa abordagem poderia representar um primeiro passo significativo para reduzir o desmatamento e, consequentemente, minimizar a pegada de carbono, alinhando-se com os objetivos da ONU para atingir a neutralidade de emissões de carbono até 2050.
ASSISTA NOSSO VÍDEO A RESPEITO DAS PERSPECTIVAS PARA A AMAZÔNIA ATÉ 2050.
A pesquisa aponta diversos benefícios ambientais e relacionados às condições de trabalho, incluindo a diminuição da pegada de carbono, a preservação de áreas verdes, a redução das más condições de trabalho em campos e lavouras, que inclusive já tratamos a respeito, algumas vezes aqui no Florestal Brasil, e a possibilidade de renovar o solo entre safras.
No entanto, mesmo com esses avanços, há muito a ser discutido sobre a aceitação do consumidor em relação a alimentos produzidos sem plantio. Enquanto movimentos em prol de uma agricultura sustentável ganham força e a busca por uma alimentação natural cresce, alguns consumidores podem hesitar em aderir a essa nova abordagem.
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Como alternativa, esses alimentos produzidos industrialmente, mantendo as características das gorduras extraídas de plantas, podem ser incorporados em produtos industrializados. Os pesquisadores sugerem que o futuro da alimentação pode não depender mais exclusivamente do solo e da fotossíntese cabendo a engenharia e a tecnologia, o desenvolvimento de uma saída viável para a humanidade e todos os ecossistemas que nos circundam.
E utilizando um trecho do texto de Carl Sagan intitulado “O Pálido Ponto Azul” faço a síntese ideal para explicar essa conclusão. “Não há lugar nenhum, pelo menos no futuro próximo, no qual nossa espécie possa migrar! Visitar, talvez. Se estabelecer, ainda não! Goste ou não, por enquanto, a Terra é onde estamos estabelecidos.”
Para mais informações sobre como a Engenharia e a tecnologia estão contribuindo para a redução dos impactos diretos ou mesmo reduzindo as causas das mudanças climáticas, continue acompanhando as notícias aqui no FlorestalBrasil.
Referência: Matéria do site TecMundo disponível em; https://www.tecmundo.com.br/ciencia/273713-produzir-plantar-veja-alternativa-livre-agricultura.htm
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