Durante a COP 28, Lula confirma a adesão do Brasil à OPEP+

Do dia 02 desse mês em Dubai, a especulação que circulava como rumor foi confirmada: o Brasil ingressará no grupo expandido da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, conhecido como OPEP +. O próprio presidente Lula oficializou a confirmação durante um encontro com membros da sociedade civil, na COP28.

Brasil na COP28
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra Marina Silva, o presidente da COP 28, Sultan Al Jaber., em evento na COP 28. Foto: UNFCCC/Stuart Wilson.

Lula tentou atenuar a notícia, esclarecendo que o Brasil participará da OPEP+, não da OPEP em si. Ele comparou a situação a participar do G7+, enfatizando que o papel do Brasil seria de observar e falar apenas após as decisões tomadas pelo grupo.

O setor de petróleo, juntamente com carvão mineral e gás, é um dos principais impulsionadores do aquecimento global e seus eventos extremos associados. A demanda por eliminar a exploração desses combustíveis tem sido uma das principais pautas discutidas na Conferência do Clima da ONU.

A OPEP, estabelecida em 1960, inclui atualmente 13 grandes países produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes e Venezuela. A sigla OPEP+ engloba também os “países aliados”, que não fazem parte da organização, mas colaboram em políticas internacionais relacionadas ao comércio de petróleo e na mediação entre membros e não membros.

Brasil na OPEP
Lula anunciou entrada do brasil na Opep+ durante participação em evento de diálogo com a sociedade civil organizado pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Foto: Ricardo Stuckert / PR.

Desde que a possível adesão do Brasil à OPEP+ foi levantada na quinta-feira anterior, diversas organizações destacaram a contradição entre o discurso de Lula em favor da transição energética e a decisão anunciada hoje.

A entrada do Brasil na organização durante a conferência do clima foi criticada como inadequada por diversos representantes de organizações ambientais, como o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, que chamou a ação de “escárnio”. O diretor de programas do Greenpeace Brasil, Leandro Ramos, considerou a decisão equivocada e perigosa, expressando preocupação com a falta de foco na transição energética e na eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.

Lula justificou a decisão afirmando que o Brasil buscará persuadir os principais exportadores de petróleo do mundo a adotar uma transição para uma matriz energética mais limpa. Ele enfatizou a importância de aproveitar os recursos financeiros ligados ao petróleo para investir em fontes renováveis.

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O convite para a entrada do Brasil na OPEP+ foi feito durante a visita de Lula a Riad, capital da Arábia Saudita, na quarta-feira (29), e formalizado por meio de uma carta recebida pelo ministro Alexandre Silver no dia seguinte. Até a manhã deste sábado, não havia uma declaração formal de aceitação por parte do presidente Lula.

Enquanto o Brasil opta por integrar a OPEP+, a Colômbia, em sentido oposto, anunciou sua intenção de se distanciar dos combustíveis fósseis. O presidente Gustavo Petro informou que o país se unirá ao bloco de nações que buscam negociar um Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. Essa iniciativa conta com o apoio de uma rede global composta por organizações da sociedade civil, cientistas, acadêmicos, ganhadores do Prêmio Nobel, a Organização Mundial da Saúde, profissionais da saúde e o Parlamento Europeu, entre outros.

Fonte: ((o))eco


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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