Do lixo ao luxo: garis artesãos transformam troncos de árvores em obras arte

Trabalhadores da Comlurb transformam troncos retirados de quedas de árvores e de podas em belas e criativas obras de arte.

Gari transformando troncos retirados de quedas de árvores em arte – William Werneck/Prefeitura

 

O trabalho da Comlurb vai muito além das vassouras que varrem ruas e praças, e de caminhões que coletam sacos de lixo de porta em porta. Entre outras inúmeras atividades e funções desempenhadas na Companhia, uma delas tem chamado a atenção de quem frequenta as áreas de lazer da cidade. Pouca gente sabe que mesas, poltronas, bancos, banquetas e jardineiras espalhados por esses locais, e feitas de madeira, saem da Oficina de Troncos da Companhia, que conta com oito garis artesãos que dão vida nova a pedaços de madeira que teriam como destino o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-RIo), em Seropédica, transformando troncos retirados de quedas de árvores e de podas em geral, em arte. Inspiração não falta a esses heróis na hora de esculpir peças diferenciadas. Essa turma faz parte da equipe de revitalização e manutenção de praças da Comlurb.

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Os troncos são de árvores que fazem parte da urbanização da cidade, principalmente amendoeiras, oitis e mangubas; além dos ipês, mais raros. Após os mais variados tipos de cortes e talhos nas madeiras, com habilidade e paciência dos garis artesãos, as peças surgem com naturalidade, tendo sempre um cuidado especial, o de protegê-las com tratamento contra cupins. Além do fator sustentável, o trabalho na fábrica garante economia na compra de material para confecção de mobiliário urbano e brinquedos para as praças. O trabalho, em estilo rústico, ganha sempre aplausos de quem conhece.

Além das ferramentas e equipamentos tradicionais, como lixa, verniz, formão, tupia, esmerilhadeira, serra tico-tico e motosserra, a Comlurb conta também com a serrapita, novo maquinário que tem a função básica de fatiar os troncos. Antes, assentos e encostos eram retirados manualmente dos troncos, na motosserra. Agora, além dessa técnica, é usado também esse novo equipamento, capaz de fazer cortes mais finos de madeira, em formato de prancha. Na fábrica de Jardim Bangu não tem espaço para desperdício. Até mesmo madeiras que aparentemente não têm utilidade imediata, são empilhadas e guardadas, e em algum momento podem ser úteis para, por exemplo, ajudar a dar acabamento a uma peça diferenciada.

Outras obras de arte feitas pelos garis artesãos – William Werneck/Prefeitura

A turma da oficina de troncos conta com o talento de Gilberto Basílio, 39 anos, Renan de Freitas, 30 anos, Marcos Souza, 38 anos, Rogério Camilo, 30 anos, Jonas Silva, 38 anos, Jeferson Gouveia, 39 anos, e Felipe Matias, 34 anos. Eles dividem as funções na Gerência de Conservação e Reutilização de Mobiliário Urbano com Eduardo João, 42 anos, o mais antigo artesão da fábrica, que começou em num galpão em Vargem Grande e há cerca de quatro anos tem como sede fixa a sede de Jardim Bangu. Ao lado de Marcos Souza, o decano dos artesãos usa sua experiência na parte artística, com toques diferenciados:

“Já fiz bichos, como cavalo e hipopótamo, entre outros, trenzinho de madeira, e fiz uma mão espalmada que está exposta no Galpão das Artes da Comlurb. Agradeço muito o que tenho hoje à Comlurb. Esse trabalho preza pela sustentabilidade, é de grande importância para a cidade e mudou a minha vida”, atesta Eduardo João, artista autodidata que, quando tem um pedido diferenciado, faz ou busca uma solução para garantir que a encomenda não fique sem ser entregue. As praças e áreas de lazer da cidade agradecem a esses artistas que transformam lixo em luxo.

Fonte: Diario do Rio


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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