O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou uma queda expressiva de 30,6% no desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2023 e julho de 2024. O bioma sofreu uma redução de áreas desmatadas para 6.288 km², atingindo o menor percentual em 15 anos. A seguir, exploramos os principais dados sobre essa conquista e o impacto ambiental positivo dessa redução.
Monitoramento e Confiabilidade dos Dados
Os dados são parte do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Inpe, que utiliza uma apuração anual de supressão florestal com alta precisão. Esse monitoramento ocorre entre agosto e julho, período em que as condições secas facilitam a detecção de desmatamento, inclusive por degradação progressiva e incêndios. Com a redução observada, o Brasil conseguiu evitar a emissão de aproximadamente 359 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, um gás altamente impactante no aquecimento global.
Distribuição e Destaques por Estado
Alguns estados da Amazônia Legal se destacaram pela significativa redução no desmatamento:
- Rondônia teve a maior redução percentual, com 62,5%.
- Mato Grosso registrou queda de 45,1%.
- Pará e Amazonas também apresentaram quedas consideráveis, de 28,4% e 29%, respectivamente.
Por outro lado, Roraima foi o único estado que registrou aumento, com um acréscimo de 53% no desmatamento. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, entre os 70 municípios prioritários na Amazônia para o combate ao desmatamento, 78% mostraram queda na derrubada florestal.
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A Importância e os Desafios para o Futuro
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforçou que essa redução expressiva é um importante marco não só para o Brasil, mas para o mundo, considerando a urgência de combater as mudanças climáticas. A ministra destacou a importância de manter e intensificar esses esforços para preservar a biodiversidade e mitigar eventos climáticos extremos, como as enchentes e as ondas de calor enfrentadas por diversas regiões do globo recentemente.
Mariana Napolitano, do WWF-Brasil, enfatizou que, apesar dos bons resultados, ainda há muito a ser feito para garantir um futuro sustentável, especialmente considerando as tragédias climáticas que marcaram 2024 no Brasil.
Desmatamento no Cerrado Também Apresenta Queda
O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, também apresentou uma redução de 25,7% no desmatamento, registrando 8.174 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024. Essa queda foi a primeira em quatro anos, com 76% da devastação concentrada nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, área conhecida como Matopiba, principal fronteira agropecuária do Cerrado.
A Bahia, em particular, obteve a maior redução, com uma queda de 63,3%. Essas melhorias indicam um movimento positivo para a conservação de um dos ecossistemas mais biodiversos e ameaçados do Brasil.
Fonte: Agência Brasil
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