O artigo publicado na Nature, intitulado “Impacto do desmatamento amazônico na precipitação reverte”, explora como a perda de cobertura florestal na Amazônia tem afetado os padrões de precipitação na região e além dela. A pesquisa, baseada em uma análise abrangente de dados observacionais e modelos climáticos, aponta que o desmatamento não apenas reduz a umidade local, mas também altera significativamente a dinâmica atmosférica em escalas regionais e globais.
Principais Descobertas
Os pesquisadores utilizaram diversos conjuntos de dados para avaliar a relação entre o desmatamento e a quantidade de chuvas. Os resultados indicam que a remoção da vegetação tropical tem um impacto direto na redução da precipitação, pois as florestas desempenham um papel crucial na reciclagem da umidade através da evapotranspiração. Com menos árvores, há menos vapor d’água sendo liberado na atmosfera, o que resulta em chuvas menos frequentes e intensas.
Além disso, os autores destacam que esse efeito de redução na precipitação pode ser mais severo do que o previsto anteriormente. Isso ocorre porque as mudanças na umidade atmosférica também afetam a circulação dos ventos, criando impactos em outras regiões. A perda da floresta pode levar à redução das chuvas não apenas na Amazônia, mas também em áreas adjacentes e até em partes do Hemisfério Norte.
Reversão dos Impactos
Outro ponto importante do estudo é a possibilidade de reversão desse cenário. Os pesquisadores sugerem que a recuperação da vegetação pode restabelecer parte da precipitação perdida ao longo dos anos. Florestas secundárias e projetos de restauração ecológica poderiam ajudar a mitigar os impactos do desmatamento, promovendo um ciclo hidrológico mais equilibrado.
Conclusão
O estudo reforça a necessidade urgente de políticas de conservação da Amazônia. Além de preservar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos essenciais, manter a floresta intacta tem um papel fundamental na estabilidade climática global. Os pesquisadores alertam que se o desmatamento continuar no ritmo atual, os impactos na precipitação podem ser irreversíveis, afetando a produção agrícola, o abastecimento de água e a resiliência climática.
Fonte: https://www.nature.com/articles/s41586-024-08570-y
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