O Brasil registrou uma significativa redução no desmatamento em 2024, alcançando uma queda de 32,4% em relação a 2023, totalizando 1.242.079 hectares de vegetação nativa perdidos. Este dado positivo marca o segundo ano consecutivo de diminuição e é especialmente relevante por ser a primeira vez, desde o início do monitoramento pelo Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas, que todos os biomas do país apresentaram queda ou estabilidade nos índices de desmatamento.
Apesar do avanço positivo geral, o Cerrado continua sendo o bioma mais afetado, correspondendo a 52,5% do total nacional de áreas desmatadas, com uma perda de 652.197 hectares. A região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou cerca de 75% da perda de vegetação nativa do Cerrado e 42% do total do país em 2024.
A Amazônia também teve destaque negativo, sendo o segundo bioma mais impactado, com 377.708 hectares desmatados, representando 30,4% do total nacional. Vale notar que o Acre foi o único estado amazônico a registrar aumento do desmatamento, com uma elevação de 31% comparado ao ano anterior.
Outros biomas apresentaram reduções expressivas, destacando-se o Pantanal, com uma queda de 58,6%, o Pampa com 42,1%, o Cerrado com 41,2%, a Amazônia com 16,8%, e a Caatinga com 13,4%. Já a Mata Atlântica permaneceu praticamente estável, com leve aumento de 2%, atribuído principalmente a eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul.
Em termos de média diária, o Brasil perdeu cerca de 3.403 hectares de vegetação nativa por dia em 2024, ou aproximadamente 141,8 hectares por hora. O dia mais crítico foi 21 de junho, com uma perda alarmante de 3.542 hectares em apenas 24 horas.
Entre os estados com maior índice de desmatamento estão Maranhão (17,6%), Pará (12,6%) e Tocantins (12,3%), que juntos respondem por mais de 65% das áreas desmatadas no país.
Esses resultados refletem o impacto positivo de políticas públicas mais rigorosas e específicas por bioma, maior fiscalização e a utilização de critérios ambientais mais rígidos para concessão de crédito rural. No entanto, especialistas advertem que ainda é necessário reforçar a proteção ambiental, especialmente no Cerrado, onde a pressão do agronegócio segue intensa.
A redução do desmatamento é crucial para a preservação da biodiversidade brasileira e para o combate às mudanças climáticas globais, exigindo esforços contínuos e coordenados para garantir resultados duradouros.
Fontes: Agência Brasil; Uol.
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