
Para materializar o Mutirão pelo Clima da COP30, a Presidência Brasileira vai lançar uma plataforma para receber contribuições da sociedade civil para o alcance das metas climáticas. A informação foi confirmada pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da Conferência do Brasil, nesta quarta-feira, 7/5. A ideia é dar visibilidade às diferentes ações da sociedade civil pelo mundo para inspirar os líderes globais na elaboração das NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinadas).
O embaixador explicou que a iniciativa será lançada na Semana do Clima da UNFCCC (sigla em inglês para Secretariado da ONU sobre Mudança do Clima), que acontecerá na Cidade do Panamá, de 19 a 23 de maio. O sistema permitirá o registro de ações por atores da sociedade civil realizadas para enfrentar os efeitos da crise climática, desde que já estejam em andamento ou seja de curto prazo. “Vamos ter um registro com a variedade necessária. É muito importante os governos verem que todos os atores da sociedade estão comprometidos com o combate à mudança do clima”, explicou Corrêa do Lago.
A proposta é que o Mutirão seja um espaço de inspiração e aprendizado sobre o que já tem sido realizado nesta agenda, salientou a diretora-executiva da COP30, Ana Toni. “O que a gente quer é que sejam exemplos. Sabemos que será uma coisa simples e que todo mundo terá acesso para saber o que está acontecendo numa comunidade na Namíbia, que tem dado certo; ou o que pessoas num lugar com imensas dificuldades e estão conseguindo fazer inovações extraordinárias”, somou o embaixador André.
Mutirão como alavanca para o Acordo de Paris
Corrêa do Lago lembrou que a maior parte dos compromissos e respostas dos governos na agenda do clima dependem das empresas privadas, dos governos subnacionais, universidades e outros atores da sociedade civil. Nisto, disse que o Mutirão funcionará para lembrar que a implementação do Acordo de Paris precisa envolver a todos e “os governos não podem se considerar os únicos a terem o controle sobre isso”.
O Mutirão busca mostrar a incorporação da agenda para o clima na lógica das cidades, como uma indicação positiva para ajudar nas ambições dos governos centrais para as metas climáticas, complementando as negociações da COP, por exemplo. “É mostrar que a transição já está acontecendo e sendo liderada pela sociedade tanto para mitigação quanto para adaptação”, negritou Ana Toni.
“No nível de mobilização, nós queremos complexidade, incoerências e várias coisas que refletem a realidade. Se as sociedades querem mais, têm que provar também que são capazes de fazer muito mais e, portanto, podem, cobrar muito mais do que o governo. Por isso estamos tentando ser uma COP de soluções. O importante é que a sociedade pode pode fazer, no fundo, muito mais do que o governo se compromete e anuncia (na agenda para o clima)”, concluiu Corrêa do Lago.
Fonte: COP30.br
Por Mara Karina Sousa-Silva | marakarina.silva@presidencia.gov.br
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